O Brasil tem que tipo de futuro ético?
O sistema parlamentarista, graças ao voto obrigatório, à
ignorância funcional de boa parte de nosso povo, à miséria material e moral
está dando sinais de imensa deterioração. Talvez tudo isso seja natural num
país onde em muitos lugares a escravidão camuflada e o servilismo são padrões
de conduta, algo visível até em congressos e seminários de alto nível técnico
em que o palestrante de alguns lugares desse imenso Brasil desperdiça boa parte
do seu tempo elogiando os padrinhos queridos.
Colhemos o que plantamos e as sementes que germinam e
produzem frutos dependem do solo e da própria qualidade. A Engenharia Genética,
a Biologia e os agrônomos que o digam.
Regimes poderosos que atingiram o ápice no século 20 entre povos
considerados desenvolvidos demonstraram, ao se comportarem de forma criminosa,
violenta, xenófoba, racista etc. que a Humanidade não está ainda vacinada
contra suas endemias ideológicas e religiosas.
Sonhar não é crime e lutar por ideais de fraternidade e amor
ao próximo uma demonstração de afeto.
Sentimos, contudo, nossa terra nas mãos de pessoas
inescrupulosas.
Nunca é demais repetir: a Constituição de 1988 foi feita
para viabilizar ditaduras ao concentrar poderes absurdos na União, viabilizando
ações distantes e difusas e aparentemente deixando o povo à mercê de quadrilhas
instaladas em Brasília.
Jornais e revistas deste quarto mês de 2013 mostram,
demonstram, exemplificam atitudes de cinismo absoluto e puro deboche à opinião
pública. Vemos o STF apostando corrida com uma maioria de parlamentares que
acredita que pode fazer o que quiser se em algum momento do passado demonstrou
algum ativismo político, ainda que ao final daquele período delatando companheiros
e condenando-os à morte após torturas inomináveis.
Os pagadores de torturadores aliaram-se inexplicavelmente
aos líderes de nossa “esquerda” e assim tivemos longas décadas de miséria
enquanto alguns privilegiados faziam e continuam construindo fortunas. Isso não
é estranho nem privilégio nosso, a história da Humanidade tem relatos impressionantes.
Ao povo que se dê migalhas, carnaval e futebol.
O que intriga é a situação de nossa Presidenta, afinal quem
é ela?
Seu antecessor ninguém duvida como usou o poder de império,
só é proibido dizer com clareza o que pensamos e sabemos de sua atuação
miraculosa que o transformou em sucesso de mídia e dono de algumas propriedades
e empresas. Gente esperta está aí.
Pior é ler declarações rancorosas e nenhuma ação eficaz,
exceto do STF e CNJ.
Dizem que tudo isso é a arte da política. Assim acordos
secretos valem mais que as necessidades populares.
Em alguns casos sentimos dinastias de políticos atuando como
autênticas monarquias, com direito a corte e tudo o mais...
Para quem chega à terceira idade frustrado com o resultado
das lutas em que muitos amigos e companheiros pereceram ou sobreviveram com
lesões brutais é espantoso sentir a vitalidade de gente que se disse combatente
e agora transita com facilidade pelos porões e teatros da República.
Isso deveria ser considerado normal, afinal nações enormes e
com poderes tão concentrados em único lugar criam poderes excessivos. Não podemos
esquecer que o excesso de poder corrompe e a idade degrada o senso crítico...
Podemos ter esperanças nas novas gerações de brasileiros ou
simplesmente seguirão os caminhos de seus pais e avós?
Cascaes
25.4.2013