sexta-feira, 4 de janeiro de 2013
Região Sul do Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Região Geoeconômica | Centro-Sul |
---|---|
Estados | Santa Catarina Paraná Rio Grande do Sul |
Características geográficas | |
Área | 576 408,9 km² |
População | 27 665 289 hab.(IBGE/2010)[1] |
Densidade | 47,99 hab./km² |
Indicadores | |
IDH médio | 0,831 elevado PNUD/2005[2] |
PIB | R$ 535.662 bilhões(IBGE/2009)[3] |
PIB per capita | R$ 19.362,30 (IBGE/2009)[3] |
A Wikipédia possui o portal: Portal Sul do Brasil |
A região Sul do Brasil é a menor das regiões do país.[4] Sua área terrestre é de 576 409,6 km²,[4] superior à da França mas menor do que a do estado brasileiro de Minas Gerais. Pertence ao Centro-Sul do Brasil.[5] É formada por três Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.[4] Limita-se ao sul com o Uruguai; a oeste com a Argentina e o Paraguai; a noroeste e ao norte com os Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo; a leste com o oceano Atlântico.[6] É a única região do Brasil localizada fora da zona tropical, com variações nítidas quanto às estações, porém a parte norte situa-se acima do Trópico de Capricórnio.[7] No inverno, há formação de geadas e neve.[7] O relevo é pouco acidentado, com predominância de um vastoplanalto, em geral pouco elevado.[8]
A população urbana na região Sul tem aumentado nos últimos anos.[9] Há dois grandes centros urbanos: Porto Alegre eCuritiba.[10] A indústria começou a se desenvolver nas últimas décadas, principalmente no Rio Grande do Sul, nordeste catarinense e região de Curitiba.[11] Na região de Criciúma, em Santa Catarina, ficam praticamente todas as reservas de carvão exploradas no Brasil.[12] O potencial energético, representado pelas numerosas cachoeiras dos rios das bacias hidrográficas do Paraná e do Uruguai, hoje é muito aproveitado por usinas hidrelétricas como a de Machadinho, próximo àPiratuba.[13]
A região Sul, propriamente dita, é um grande polo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência europeia, principalmente de origem italiana[14] e germânica.[15] A região Sul apresenta índices sociais muito acima da média brasileira e das demais regiões em vários aspectos: possui o maior IDH do Brasil, 0,831,[16] e o terceiro maior PIB per capita do país[17] A região é também a mais alfabetizada, 94,8% da população, e a com menor incidencia de pobreza[18] Sua história é marcada pela grande imigração europeia,[19] pela Guerra dos Farrapos,[20] e mais recentemente pela Revolução Federalista,[21] com seu principal evento o Cerco da Lapa.[22] Outra revolta ocorrida na história da região foi a Guerra do Contestado,[23]
Índice[esconder] |
[editar]Visão geral
Ver artigo principal: Características da Região Sul do Brasil
Aspectos Fisicos: a formação da região sul, foi a partir da imigração do povo europeu, que com eles trouxeram muita diversidade para essa região. A região sul é a mais frias de todas do Brasil, com o clima sub-tropical. Sua vegetação é bem diversifica com as florestas amazônicas, matas de araucárias,e da bacia parana uruguai.Rico em planícies, depressões, com planaltos meridionais e atlantico. Sua hidrografia contem 4 rios e 3 bacias, com capacidade o bastante para produzir energia.
- Grande população em pequena área: A região Sul é a menor em superfície territorial do Brasil e a segunda mais desenvolvida,[24] ocupa cerca de 6,8% do território brasileiro,[25] mas por outro lado, sua população é três vezes maior que o número de habitantes das regiões Norte e Centro-Oeste.[4] Seus 27.384.815 habitantes[4]representam uma densidade demográfica de 47,59 hab./km², a segunda maior do país.[24] Com um desenvolvimento relativamente igual nos setores primário, secundário e terciário, essa população apresenta os mais altos índices de alfabetização registrados no Brasil, o que explica, em parte, o desenvolvimento socioeconômico da região em comparação com as outras regiões brasileiras.[26]
- Localização ao sul do Trópico de Capricórnio: Única região brasileira localizada quase inteiramente situada em clima subtropical, o Sul é a área mais fria do Brasil, sujeita a geadas e até mesmo, em alguns pontos, a quedas de neve. As estações do ano são bem definidas e as chuvas, em geral, distribuem-se uniformeme ao longo do ano.[27]
- Paisagens geoeconômicas bem diferenciadas: No Sul, originalmente, diferenciavam-se duas áreas: a de florestas e a de campos. A primeira, colonizada por imigrantesalemães, italianos e eslavos, assumiu uma feição europeia, com pequenas e médias propriedades voltadas para a policultura. A região de campos, ao contrário, ocupada desde aépoca colonial por latifundiários escravocratas, foi utilizada inicialmente para a pecuária extensiva e, mais tarde, também para o cultivo de trigo e soja.[28]
- Atualmente, além dessas duas paisagens, há também as áreas industriais e urbanizadas, com destaque para as regiões metropolitanas de Curitiba, no Paraná e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.[29][30] E também o Pólo Metal-mecânico de Caxias do Sul no Rio Grande do Sul, segundo maior do Brasil e um dos maiores da América Latina,[31] sede de grandes empresas do setor, como a Marcopolo,[32] a Randon[33] e a Agrale.[34]
- Também diferente das áreas de florestas e das de campos é o norte do Paraná, mais relacionado com a economia do Sudeste. Sendo uma área de transição entre o estado deSão Paulo e a região Sul, seu povoamento está ligado à expansão da economia paulista.[30]
- Embora distintas, essas paisagens geoeconômicas estão integradas, o que facilita caracterizar a região como a mais uniforme do Brasil quanto ao índice de desenvolvimento humano.[30]
[editar]História
Ver artigo principal: História da Região Sul do Brasil
Os primeiros e milenares habitantes da região Sul do Brasil são os povos indígenas naturais da terra, principalmente os guaranis (mbyás),[35]os kaingangs[36] e os carijós.[37]
Posteriormente, vieram os padres jesuítas espanhóis para catequizar os índios e a dominar a terra. Esses religiosos fundaram aldeias denominadas missões ou reduções. Os índios que habitavam as missões criavam gado, ou seja, dedicavam-se à pecuária, trabalhavam naagricultura e aprendiam ofícios.[38]
Os bandeirantes paulistas atacaram as missões para aprisionar os índios. Com isso, os padres jesuítas e os índios abandonaram o lugar e o gado ficou solto pelos campos. Muitos paulistas foram aos poucos se fixando no litoral de Santa Catarina.[39] Eles fundaram as primeiras vilas no litoral.[39]
Os paulistas interessaram-se também pelo comércio do gado.[40] Os tropeiros, isto é, os comerciantes de gado, reuniam o gado espalhado pelos campos.[40] Eles levavam os animais para vender nas feiras de gado, em Sorocaba.[40] No caminho por onde as tropas passavam sugiram povoados e alguns povoados se tornaram cidades.[40] Os tropeiros também organizaram as primeiras estâncias, ou seja, fazendas de criação de gado.[nota 1]
Para defender as estâncias que tinham sido criadas, o governo português mandou construir fortes militares na região.[nota 2] Em volta dos fortes surgiram povoados como a atual cidade gaúcha de Bagé.[41] Durante muitos anos, os portugueses e os espanhóis lutaram pela posse de terras do Sul.[42] As brigas continuaram e apenas foram resolvidas com a assinatura de tratados.[43] Esses tratados determinaram os limites das terras localizadas no sul do Brasil.[43]
A população da região Sul aumentou muito com a chegada dos primeiros imigrantes europeus.[carece de fontes] Os primeiros imigrantes foram os açorianos.[nota 3] Depois vieram principalmente os alemães (1824, São Leopoldo, Rio Grande do Sul),[nota 4] e os italianos (1875).[nota 5] Outros grupos (árabes, poloneses e japoneses) também procuraram aregião para morar.[44] Os imigrantes fundaram colônias que se tornaram cidades importantes como Caxias do Sul.[45]
As terras do norte e oeste do Paraná e do oeste de Santa Catarina foram as últimas regiões a serem povoadas.[46][47] O norte do Paraná foi povoado com a criação de colôniasagrícolas financiadas por uma companhia inglesa.[48] Pessoas de outros Estados do Brasil e de mais de 40 países vieram para a região trabalhar como colonos no plantio de café e de cereais.[49] No oeste catarinense, desenvolveram-se a pecuária, a exploração da erva-mate e da madeira.[50]
[editar]Geografia
Ver artigo principal: Geografia da Região Sul do Brasil
O planalto Meridional é constituído por rochas sedimentares antigas (arenitos) e extensões de rochas magmáticas eruptivas (basaltos). Subdivide-se em:[8]
- Planalto Arenítico-Basáltico, uma formação de cuestas, conhecidas como serras — Serra Geral (Santa Catarina) e coxilhas (Rio Grande do Sul);[8]
- Depressão Periférica, conhecida como planalto dos Campos Gerais (Paraná) e Depressão Central (Rio Grande do Sul).[8]
O planalto Cristalino Brasileiro é formado por rochas sedimentares antigas junto ao litoral e pela escarpa da serra do Mar. Áreas mais baixas e onduladas ao sul, caracterizando as serras de Sudeste, com suas inúmeras coxilhas.[8]
Na Planície Costeira ou Litorânea, aparecem pequenas planícies fluviais, embutidas nos planaltos, e uma extensa planície costeira, que ora se estreita, ora se torna bastante larga. Nessa planície, há presença de restingas, lagoas costeiras, praias e dunas.[8]
O clima da região Sul é subtropical, na maior parte da região. As temperaturas média oscilam entre 12 °C a 21 °C, com grande amplitude térmica. As chuvas de 1.200mm e 2.000mm são bem distribuídas durante o ano.[51]
A região Sul é representada basicamente por duas bacias:[52]
- bacia do Paraná — principais rios: Paranapanema, Tibagi, Ivaí, Piquiri e Iguaçu, além do Paraná.[52]
- bacia do Uruguai — principais rios Ijuí, Ibicuí e Piratini, além do Uruguai.[52]
Na Mata das Araucárias se encontram espécies úteis, como o pinheiro-do-paraná e a imbuia. A Mata Atlântica está localizada junto ao litoral e ao vale dos grandes rios.[53]
Os campos meridionais ou do planalto, também conhecidos como Campanha Gaúcha ou Pampa, no Rio Grande do Sul, que constituem excelentes paisagens naturais.[53]
[editar]Relevo
A Região Sul do Brasil está situada na zona temperada do sul, com a parte norte na zona tropical.[7] Seu clima apresenta-se uniforme, com pequenas variações. Os outros elementos do quadro natural sulista, entretanto, quase sempre apresentam duas paisagens em contraste: relevo com extensos planaltos e estreitas planícies, hidrografia com duas grandes bacias fluviais (a do Paraná e a do Uruguai) e outras menores, vegetação em que se alternam florestas e campos. Considerando sempre esses contrastes, será mais fácil compreender a natureza sulista.[8]
O relevo da região Sul é dominado, na maior parte de seu território, por duas divisões do planalto Brasileiro: o planalto Atlântico (serras e planaltos do Leste e Sudeste) e o planalto Meridional. Nessa região, o planalto Atlântico é também denominado planalto Cristalino, e o Meridional é subdividido em duas partes: planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica. A região apresenta ainda algumas planícies.[8] O ponto mais elevado da região sul é o Pico Paraná, com 1922 metros de altitude, localizado no estado do Paraná. Porém o Morro da Igreja está situado a 1.822 metros de altitude, sendo o ponto habitado mais alto da região Sul e onde foi registrada, não oficialmente, a temperatura mais baixa do Brasil: -17,8 °C, em 29 de junho de 1996.[54]
Os principais acidentes geográficos do relevo sulista são:[8]
- Planalto Cristalino: Apresenta-se bastante amplo no estado do Paraná, onde sua escarpa voltada para o oceano forma a serra do Mar, e em Santa Catarina, esse planaltoestreita-se bastante. Suas elevações formam os "mares de morros", que caracterizam a espaço da própria forma de relevo das serras e planaltos do Leste e do Sudeste.[8]
- Planalto Meridional: Recobre a maior parte do território da região Sul, alternando extensões de arenito com outras extensões de basalto. O basalto é uma rocha de origemvulcânica responsável pela formação de solos de terra roxa, que são bastante férteis. Na região Sul, excluindo-se o norte e oeste do Paraná, são poucas as áreas que possuem tais solos, pois muitas vezes as rochas basálticas são recobertas por arenitos.[8]
A elevação de maior destaque no planalto Meridional é a serra Geral, que no Paraná e em Santa Catarina, aparece à retaguarda da serra do Mar, mas no Rio Grande do Sul termina junto ao litoral, formando costas altas como as que aparecem nas praias da cidade de Torres, no Rio Grande do Sul. Para facilitar sua caracterização, o planalto Meridional costuma ser dividido em duas partes: planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica.[8] - Planalto Arenito-basáltico: Nele, a diferença de resistência à erosão entre o basalto e o arenito forma as cuestas, localmente conhecidas como "serras". Exemplo: serra Geral, em Santa Catarina.[8]
- Depressão Periférica: Área rebaixada e estreita, como é conhecida pelos nomes de planalto dos Campos Gerais, no Paraná, eDepressão Central, no Rio Grande do Sul.[8]
- Escudo Sul-Rio-Grandense: Planalto também conhecido como Serras de Sudeste, localizado no sudeste do Rio Grande do Sul, caracterizado pelas coxilhas, que são formas derelevo onduladas e com colinas.[8]
A região possui ainda pequenas planícies fluviais embutidas nos dois grandes planaltos (Cristalino e Meridional) e uma extensa planície costeira junto ao litoral. No Paraná, a planície de maior destaque é a Baixada Paranaense, e no Rio Grande do Sul, torna-se bem visível a presença de restingas que "fecham" enseadas e formam lagoas costeiras, como a lagoa dos Patos e a lagoa Mirim, na fronteira com a República Oriental do Uruguai. Em Santa Catarina, planície costeira é estreita, principalmente no norte, e dessa forma continua pelo litoral paranaense, onde forma praias, dunas ou ainda restingas.[8]
[editar]Clima
Ver artigo principal: Clima da região Sul do Brasil
No Brasil, país predominantemente tropical, somente a região Sul é dominada pelo clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país. Nesse clima, as médias variam de 16 °C a 20 °C, mas o invernocostuma ser bastante frio para os padrões brasileiros, com geadas frequentes em quase todas as áreas, e em locais de altitudes mais elevadas, queda de neve. As estações do ano apresentam-se bastante diferenciadas e a amplitude térmica anual é relativamente alta. As chuvas, em quase toda a região, distribuem-se com relativa regularidade pelo ano inteiro, mas no norte do Paraná — transição para a zona intertropical — concentram-se nos meses de verão.[51]
Podem-se encontrar também características de tropicalidade nas baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as médias térmicas são superiores a 20 °C e as chuvas caem principalmente no verão.[51]
Os ventos também afetam as temperaturas. No verão, sopram os ventos alísios vindos do sudeste, que por serem quentes e úmidos, provocam altas temperaturas, seguidas de fortes chuvas. No inverno, as frentes frias, que são geralmente seguidas de massas de ar vindas do Pólo Sul, causam resfriamentos e geadas. Os habitantes do Sul chamam esse vento frio de minuano ou pampeiro.[51]
É importante ressalvar, que as características contidas no clima da região Sul do Brasil, têm grande influência graças à Massa Polar Atlântica (MPA) que é fria e úmida. A mesma origina-se no anticiclone situado ao sul da Patagônia. Sua atuação é mais intensa no inverno, com presença marcante nas regiões Sul e Sudeste. Pode atingir outras regiões como aAmazônia, onde a mesma se enfraquecera.[51]
[editar]Hidrografia
Tanto a serra do Mar como a Serra Geral estão localizadas próximas do litoral. Dessa forma, o relevo da região Sul inclina-se para o interior e a maior parte dos rios — que é o planalto — segue de leste para oeste. Concentram-se em duas grandes bacias hidrográficas: a bacia do rio Paraná e a bacia do rio Uruguai, ambas subdivisões da Bacia Platina. Os rios mais importantes são volumosos e possuem grande potencial hidrelétrico, o que já está sendo explorado no rio Paraná, com a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu (atualmente a segunda maior do mundo). Essa exploração permite ao Sul e ao Sudeste uma crescente utilização de energia elétrica, tanto para consumo doméstico comoindustrial, fazendo-se necessária a continuidade dos investimentos nesse local.[52]
Os rios sulistas que percorrem em direção ao mar fazem parte de um conjunto de bacias secundárias, conhecido como Bacias do Sudeste-Sul. Entre essas, a de maior aproveitamento para hidreletricidade é a do rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. Outra, muito conhecida pelas suas imprevisíveis cheias, é a do rio Itajaí, em Santa Catarina, que atinge uma região bastante desenvolvida, influenciada basicamente pela colonização alemã.[52]
[editar]Vegetação
Ver artigo principal: Vegetação da região Sul do Brasil
Quando muitos geógrafos brasileiros se referem ao sul do Brasil, é comum se lembrar da Mata de Araucárias ou Floresta dos Pinhais e do grande pampa gaúcho, formações vegetais típicas da região, embora não sejam as únicas.[53]
A Mata de Araucárias, bastante devastada e da qual só restam alguns trechos, aparece nas partes mais elevadas dos planaltos do Paraná,Rio Grande do Sul e Santa Catarina, na forma de manchas entre outras formações vegetais. A Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) adapta-se mais facilmente às baixas temperaturas, comuns nas partes mais altas do relevo, e ao solo de rocha mista, arenito e basalto, que se concentra no planalto Arenito-basáltico, no interior da região.[53]
Desta mata são extraídos principalmente o pinheiro-do-paraná e a imbuia, utilizados em marcenaria, e a erva-mate, cujas folhas são empregadas no preparo do chimarrão. Além dessa mata, a serra do Mar, muito úmida devido à proximidade com o oceano Atlântico, favorece o desenvolvimento da mata tropical úmida da encosta, ou Mata Atlântica, muito densa e com grande variedade de espécies, inicia-se no Nordeste e continua peloSudeste até chegar ao Sul.[53]
A Mata de Araucárias, que foi o panorama vegetal típico da região, aparece atualmente apenas em trechos. Adevastação iniciou-se no final do Império, devido a concessões feitas pelo governo à abertura de estradas de ferro, e agravou-se com a atividade madeireira. No Norte e Oeste do Paraná, as poucas manchas de floresta tropical estão praticamente destruídas, devida à expansão agrícola. Nos últimos anos, tem-se tentado implantar uma política de reflorestamento.[53]
A região Sul é ocupada também por vastas extensões de terra de campos limpos, conhecidos pelo nome de campos meridionais, divididos em duasáreas distintas. A primeira corresponde aos campos dos planaltos, que ocorrem em manchas desde o Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. A segunda área — os campos da campanha — é mais extensa e localiza-se inteiramente no Rio Grande do Sul, em uma região conhecida como Campanha Gaúcha ou pampa. É a vegetação natural das coxilhas e aparece como uma camada de ervas rasteiras.[53]
Finalmente, junto ao litoral, merece destaque a vegetação costeira de mangues, praias e restingas, que se assemelham às de outras regiões doBrasil.[53]
[editar]Demografia
Ver artigo principal: Demografia da Região Sul do Brasil
Com 27 384 815 habitantes (de acordo com censo demográfico de 2010) o Sul é a terceira região do Brasil em população,[1] embora apresente uma densidade populacional de 47,59 hab./km², mais de duas vezes maior que a do Brasil como um todo.[24] Seu desenvolvimento econômico é muito forte tanto no campo como nas cidades.[55] Outros grandes aspectos da demografia:[55]
- Jesuítas iniciaram a colonização das áreas de campos do sul: Com o objetivo de catequizar os indígenas, jesuítas espanhóis fundaram várias missões no território do atualRio Grande do Sul.[56] Essas missões, cuja economia tinha como atividade a dependência da pecuária e da agricultura,[nota 6] sofreram posteriormente seguidas invasões debandeirantes paulistas, que aprisionavam os índios para vendê-los como escravos.[nota 7] A destruição das missões espalhou pelo pampa os animais criados pelos missionários.[57] A partir do século XVIII, esse gado passou a ser disputado por portugueses e espanhóis que habitavam a bacia do rio Paraná.[58] Essa luta desencadeou a disputa pela posse da terra, o que motivou a formação de grandes latifúndios, ainda hoje comuns no extremo sul.[59]
- Os imigrantes europeus ocuparam as terras dos planaltos: A ocupação da região Sul seria completada com a colonização, dividida em duas fases. A primeira foi a colonizada açoriana (portugueses) ao longo do litoral, incluindo destaque para a ilha de Santa Catarina, onde se localiza Florianópolis, e para a região de Porto Alegre.[60] A segunda iniciou-se na primeira metade do século XIX, com a chegada de imigrantes alemães,[nota 8] italianos[nota 9] e, em menor número, russos,[61] poloneses,[62]ucranianos[63] e outros. Eles colonizaram os planaltos, deixando a marca de seus costumes no estilo das habitações, na maneira de falar e nos hábitos alimentares.[nota 10]Foram responsáveis também pela introdução da policultura e do sistema de pequenas propriedades.[58] É por essa razão que o Sul é a região brasileira que possui maior percentual de pequenas propriedades em seu meio rural.[58]
Os alemães estabeleceram-se principalmente em Santa Catarina, no vale do Itajaí, e no Rio Grande do Sul, no Vale dos Sinos.[64] Os italianos ocuparam principalmente as serras do Rio Grande do Sul, onde introduziram o cultivo da uva e a fabricação do vinho.[nota 11] Enquanto isso, russos, poloneses, ucranianos e outros grupos imigrantes fixavam-se no oeste de Santa Catarina, no Paraná e em outros pontos da região.[65][66][67][68]
Cor/Raça (2006)[69] | |
---|---|
Branca | 79,6% |
Parda | 16% |
Preta | 3,6% |
Indígena e amarela | 0,7% |
- Os brancos são maioria no Sul: A maioria dos habitantes da região Sul se diz "branca", 79,6% dapopulação.[69] Alguns fatores colaboraram para a concentração da imigração europeia no Sul[carece de fontes], começando pelo meio natural, especialmente devido ao clima subtropical.[nota 12][nota 13][nota 14] Além disso, razões históricas também estimularam essa concentração: no período imperial, houve necessidade de garantir a posse das terras do Sul, uma vez que era uma região com fracamente povoada;[nota 15] com o processo de extinção da escravidão, incentivou-se a entrada de mão-de-obra imigrante;[nota 16] já no século XX, as duas guerras mundiais (1914-1918 e 1939-1945), levaram à entrada de milhares de europeus que fugiam dos conflitos.[70][71]
Como no resto do Brasil, contudo, e de fato, a população no geral apresenta ancestralidades europeia, indígena e africana, "brancos", "pardos" e "negros", conforme revela a genética. [72] Esse estudo genético de 2011 também constatou que do ponto de vista da ancestralidade as diferenças entre as regiões do Brasil são menores do que muitos pensavam. [73]
- A população distribui-se desigualmente: Embora o contraste entre as áreas aglomeradas e vazias, no Sul, não seja tão acentuado como em outras regiões, os centros urbanos, sobretudo Curitiba, Porto Alegre e cidades do vale do Itajaí, apresentam altas densidades demográficas.[74]Os trechos mais despovoados do Sul localizam-se na Campanha Gaúcha, onde a atividade econômica dominante é a pecuária extensiva, que emprega pouca mão-de-obra.[75][71]
- A população sulista, em geral, possui um bom padrão de vida: Na região Sul existem pobreza, problemas habitacionais, alimentares, educacionais e médico-hospitalares.[76] Contudo, quando comparado com outras regiões do país, o Sul se destaca por apresentar as mais elevadas taxas de alfabetização, o mais alto nível de consumo alimentar e a mais elevada expectativa de vida do Brasil.[77] É evidente que, em números absolutos, a Região Sudeste possui a maior quantidade de estabelecimentos escolares,hospitalares e outros, mas uma avaliação média mostra que o padrão de vida sulista é o que mais se aproxima do padrão de um país razoavelmente desenvolvido.[76]
[editar]Urbanização
[editar]Áreas metropolitanas
Nome | Estado | População |
---|---|---|
Porto Alegre | Rio Grande do Sul | 3 960 068 |
Curitiba | Paraná | 3 168 980 |
Norte/Nordeste Catarinense | Santa Catarina | 1 094 570 |
Florianópolis | Santa Catarina | 1 012 831 |
Londrina | Paraná | 801 756 |
Vale do Itajaí | Santa Catarina | 689 909 |
Maringá | Paraná | 612 617 |
Carbonífera | Santa Catarina | 550 243 |
Foz do Rio Itajaí | Santa Catarina | 532 830 |
Chapecó | Santa Catarina | 403 458 |
Tubarão | Santa Catarina | 356 790 |
Lages | Santa Catarina | 350 607 |
A Grande Porto Alegre é a maior área metropolitana da Região Sul e a quarta mais populosa do Brasil – superada no país apenas pelas Regiões Metropolitantas de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, respectivamente – tendo o quarto maior PIB do Brasil e a 82ª maior aglomeração urbana do mundo.[78]
A Grande Curitiba é a segunda área metropolitana mais populosa do sul do país e a oitava do Brasil. É também a 118ª maior aglomeração urbana do mundo.[79]
Santa Catarina é o estado com o maior número de Regiões Metropolitanas do Brasil. São oito no total.[80]
Existem ainda as aglomerações urbanas, que são consideradas "um passo a menos" para se chegar a uma região metropolitana. No Rio Grande do Sul existem três: A Aglomeração urbana do Sul, com sede em Pelotas mas com vida econômica voltada para o superporto de Rio Grande, abrangendo outras três cidades, esta tem pouco mais de 580.000 habitentes, mas a mais populacionada é a Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul, localizada na região serrana do rio grande do sul, com sede em Caxias do Sul e outras 9 cidades a compondo, a aglomeração tem aproximadamente 720.000 habitantes. Ainda há a Aglomeração urbana do Litoral Norte, com sede em Osório abrangendo metade do litoral gaúcho, também em numeros aproximados, a aglomeração, em 20 cidades, tem 285.000 habitantes.
[editar]Cidades mais populosas
Cidades mais populosas da Região Sul do Brasil | ||||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Posição | Cidade | Estado | População | Posição | Cidade | Estado | População | Curitiba Porto Alegre | ||
1 | Curitiba | Paraná | 1.764.540 | 11 | Blumenau | Santa Catarina | 312.634 | |||
2 | Porto Alegre | Rio Grande do Sul | 1.413.094 | 12 | Cascavel | Paraná | 289.339 | |||
3 | Joinville | Santa Catarina | 520.905 | 13 | Santa Maria | Rio Grande do Sul | 262.368 | |||
4 | Londrina | Paraná | 511.278 | 14 | São José dos Pinhais | Paraná | 268.807 | |||
5 | Caxias do Sul | Rio Grande do Sul | 441.332 | 15 | Gravataí | Rio Grande do Sul | 257.428 | |||
6 | Florianópolis | Santa Catarina | 427.298 | 16 | Foz do Iguaçu | Paraná | 255.900 | |||
7 | Maringá | Paraná | 362.329 | 17 | Novo Hamburgo | Rio Grande do Sul | 239.151 | |||
8 | Pelotas | Rio Grande do Sul | 328.864 | 18 | Viamão | Rio Grande do Sul | 240.302 | |||
9 | Canoas | Rio Grande do Sul | 325.188 | 19 | São Leopoldo | Rio Grande do Sul | 215.664 | |||
10 | Ponta Grossa | Paraná | 314.527 | 20 | Colombo | Paraná | 215.242 | |||
Fonte: IBGE, censo 2011[81] |
A mecanização da agricultura e a agroindústria favorecem a mudança de famílias do campo para a cidade. Na Região Sul, que apresenta os menores percentuais nas migrações internas do Brasil, 82% da população vive em centros urbanos. A consequência imediata desse alto índice de urbanização é a formação de bolsões de miséria nas principais cidades da região. A grande pobreza atinge até mesmo parte da região de Curitiba e Porto Alegre, capitais do Paraná e do Rio Grande do Sul, respectivamente.[82]
[editar]Política
Os governadores dos três estados da Região Sul do Brasil, com mandato até 2014, são os seguintes:[83][84][85]
Unidade da Federação | Governador | Partido | Vice-governador | Partido | |
---|---|---|---|---|---|
1 | Paraná | Beto Richa | PSDB | Flávio Arns | PSDB |
2 | Santa Catarina | Raimundo Colombo | PSD | Eduardo Pinho Moreira | PMDB |
3 | Rio Grande do Sul | Tarso Genro | PT | Beto Grill | PSB |
[editar]Subdivisões
- Paraná
- Abriga o que restou da mata de araucárias,[87] uma das mais importantes florestas subtropicais do mundo.[88] Na fronteira com aArgentina fica o Parque Nacional do Iguaçu, declarado Patrimônio da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).[89] A 40 quilômetros dali, na fronteira com o Paraguai, está a Usina Hidrelétrica de Itaipu,[90] a segunda maior do planeta, atrás apenas da hidrelétrica chinesa de Três Gargantas.[91] O estado possui forte colonizaçãopolonesa, ucraniana, alemã, italiana e neerlandesa.[92]
- Santa Catarina
- Menor e menos populoso estado da região,[93][94] Santa Catarina aprecia enseadas e muitas ilhas no litoral e planaltos a leste e a oeste, com mata de araucárias e campos.[95] De clima subtropical, o estado tem as quatro estações bem marcadas ao longo do ano, com verões quentes e invernos rigorosos no planalto.[95]
Santa Catarina tem grande influência de imigrantes portugueses, alemães e italianos.[96] Florianópolis e a faixa litorânea do estado foram colonizados por açorianos.[96] O estado, aliás, mantém uma posição de liderança na maricultura, com grande produção e exportação de camarão e ostras em cativeiro.[97] - Rio Grande do Sul
- No maior e mais populoso estado da região fica um dos pontos extremos do País, o Arroio Chuí.[nota 17] O clima do Rio Grande do Sul é temperado, e o relevo apresenta planícies litorâneas, planaltos a oeste e nordeste e depressões no centro.[98] A vegetação é variada: campos (os pampas gaúchos), mata de araucárias e restingas.[98]
Os principais colonizadores foram os italianos, que se fixaram principalmente na região serrana,[99] no nordeste do estado, e os alemães, que ocuparam a região do vale do rio dos Sinos, ao norte de Porto Alegre.[100] Os portugueses, entre eles os açorianos, permaneceram no litoral.[101]
Além da influência europeia, o gaúcho cultiva as tradições dos pampas, na fronteira com o Uruguai e a Argentina. Entre essas tradições destacam-se o chimarrão,[102] ochurrasco[102] e o uso de trajes típicos, compostos de bombacha[103] (calças folgadas, de origem turca, presas ao tornozelo), poncho[103] e lenço no pescoço.[103]
[editar]Economia
Ver artigo principal: Economia da Região Sul do Brasil
No que se refere aos aspectos econômicos da região Sul, a melhor maneira de explicar a distribuição das atividades primárias, secundárias e terciárias é elaborando análises desses três setores econômicos por partes e separadamente, observando cada uma delas.
A existência de extensas áreas de pastagens naturais favoreceu o desenvolvimento da pecuária extensiva de corte na região Sul. Há o predomínio da grande propriedade e o regime de exploração direta, já que a criação é extensiva, exigindo poucos trabalhadores, o que explica o fato de haver uma população rural muito pouco numerosa na região.
Devido à ampliação do mercado consumidor local e extra-regional e ao surgimento de frigoríficos na região, em certas áreas já ocorre uma criação mais aprimorada, pecuária leiteirae lavouras comerciais com técnicas modernas, destacando-se o cultivo do arroz, do trigo e da batata.
A agricultura, que é desenvolvida em áreas florestais, com predomínio da pequena propriedade e do trabalho familiar, foi iniciada pelo europeus, sobretudo alemães, que predominaram na colonização do Sul. A policultura é a prática comum na região, às vezes com caráter comercial, sendo o feijão, a mandioca, o milho, o arroz, a batata, a abóbora, asoja, o trigo, as hortaliças e as frutas os produtos mais cultivados. Em algumas áreas, a produção rural está voltada para a indústria, como a cultura da uva para a fabricação devinhos, a de tabaco para a indústria de cigarros, a de soja para a fabricação de óleos vegetais, à criação de porcos (associada à produção de milho) para abastecer os frigoríficos e o leite para abastecer as usinas de leite e fábricas de laticínios.
Diferente das regiões agrícolas "coloniais" é o norte do Paraná, que está relacionado com a economia do Sudeste, sendo uma área de transição entre São Paulo e o Sul. Seu povoamento está ligada à expansão da economia paulista.
O extrativismo vegetal é uma atividade de grande importância no Sul do Brasil e o fato de a mata das araucárias ser bastante aberta e relativamente homogênea facilita a sua exploração. As espécies preferidas são o pinheiro-do-paraná, a imbuia e o cedro, aproveitados em serrarias ou fábricas de papel e celulose. A erva-mate é outro produto importante do extrativismo vegetal no Sul, e já é cultivada em certas áreas.
A região Sul é pobre em recursos minerais, devido à sua estrutura geológica. Há ocorrência de cobre no Rio Grande do Sul e chumbo no Paraná, mas o principal produto é o carvão-de-pedra, cuja exploração concentra-se em Santa Catarina. É utilizado em usinas termelétricas locais e na siderurgia.
A região Sul é a segunda mais industrializada do país, vindo logo após o Sudeste. A principal característica da industrialização no Sul é o fato de as atividades comandarem a atividade industrial, onde se localizam indústrias siderúrgicas, químicas, de couros, de bebidas, de produtos alimentícios e têxteis. Já a industrialização de Curitiba, o maior parque industrial, é mais recente, destacando-se suas metalúrgicas, madeireiras, indústrias automobilísticas, peças, químicas, e fábricas de alimentos.
As demais cidades industriais da região são geralmente mono-industriais ou então abrigam dois gêneros de indústriais, como Caxias do Sul (bebidas e metalurgia), Pelotas(frigoríficos), Lages (madeiras), Londrina (alimentos) e Blumenau (têxtil). A exceção é Joinville (setores metal mecânico, químico, plástico, e de desenvolvimento de software), situada no Norte catarinense, e Chapecó no Oeste Catarinense (Seu parque industrial é diversificado, sendo que os setores que mais se destacam são: 8 Frigoríficos é a capital brasileira da agroindustria, o metalmecânico, produção de equipamentos para frigoríficos, plásticos e embalagens, transportes, móveis, bebidas, softwares e biotecnologia).
[editar]Produto Interno Bruto
Em 2003, o PIB do Sul chegou em 386.758.428.000,00 de reais ou quase 20% do nacional, ou seja, a 2ª região em riquezas finais produzidas do país. A tabela a seguir exibe como é distribuído o PIB regionalmente e nacionalmente entre os estados da região:
Estados | PIB (em R$ 1000,00) | % do PIB nacional | % do PIB regional | PIB per capita |
---|---|---|---|---|
Paraná | 136 681 933 mil | 6,4% | 34,2% | 13 158,00 |
Santa Catarina | 93 193 324 mil | 4,0% | 21,5% | 15 638,00 |
Rio Grande do Sul | 156 883 171 mil | 8,2% | 44,3% | 14 310,00 |
[editar]Extrativismo
O extrativismo na região Sul, apesar de ser uma atividade econômica complementar, é bastante desenvolvido em suas três modalidades:
- Extrativismo vegetal: praticado na Mata de Araucárias, da qual se aproveitam o pinheiro-do-paraná, a imbuia, a erva-mate e algumas outras espécies, utilizadas principalmente pelas serrarias e fábricas de papel e celulose;
- Extrativismo animal: praticado ao longo da faixa costeira, com uma produção de pescado que equivale a cerca de 25% do total produzido no Brasil, com destaque para asardinha, a merluza, a tainha, o camarão, etc.;
- Extrativismo mineral: destacam-se o carvão mineral, na região de Criciúma, o caulim, matéria-prima que abastece fábricas de azulejos e louças em Santa Catarina e no Paraná e cuja extração na região de Campo Alegre chega a 15 mil toneladas mensais, a argila e o petróleo, explorado na plataforma continental.
[editar]Agricultura
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A maior parte do espaço territorial sulista é ocupado pela pecuária, porém a atividade econômica de maior rendimento e que emprega o maior número de trabalhadores é a agricultura. A atividade agrícola no Sul distribui-se em dois amplos e diversificados setores:
- Policultura: desenvolvida em pequenas propriedades de base familiar. Foi introduzida por imigrantes europeus, principalmente alemães, na área originalmente ocupada pelas florestas. Cultivam-se principalmente milho, feijão,mandioca, batata, maçã, laranja, e fumo;
- Monocultura comercial: desenvolvida em grandes propriedades. Essa atividade é comum nas áreas de campos doRio Grande do Sul, onde se cultivam soja, trigo, e algumas vezes, arroz. No Norte do Paraná predominam as monoculturas comerciais de algodão, cana-de-açúcar, e principalmente soja, laranja, trigo e café. A erva-mate, produto do extrativismo, é também cultivada.
Para compreender mais claramente a distribuição das atividades agrícolas pela região, analise a tabela acima com os respectivos dados sobre os produtos agrícolas.
Também é no sul do Brasil que está localizada a maior cooperativa agroindustrial da América Latina, a Cooperativa Agroindustrial Morãoense, com sede em Campo Mourão, no estado do Paraná.
[editar]Pecuária
No Paraná, possui grande destaque a criação de suínos, atividade em que esse estado é o primeiro do Brasil, em Santa Catarina na região Oeste onde se encontra grandes quantidades de frigoríficos de suíno, se destaca a Aurora com 8 frigorífico de suíno 5 estão no Oeste, seguido do Rio Grande do Sul. Essa criação processa-se paralelamente ao cultivo do milho, além de abastecer a população, serve de matéria-prima a grandesfrigoríficos.
Os campos do Sul constituem excelente pastagem natural para a criação de gado bovino, principalmente na Campanha Gaúcha ou pampa, no estado do Rio Grande do Sul. Desenvolve-se ali uma pecuária extensiva, criando-se, além de bovinos, também ovinos. A região Sul reúne cerca de 18% dos bovinos e mais de 60% dos ovinos criados no Brasil, sendo o Rio Grande do Sul o primeiro produtor brasileiro.
A pecuária intensiva também é bastante desenvolvida na região Sul, que detém o segundo ranking na produção brasileira de leite. Parte do leite produzido no Sul é beneficiado por indústrias de laticínio.
[editar]Indústria
O sul é a segunda região do Brasil em número de trabalhadores e em valor e volume da produção industrial. Esse avanço deve-se a uma boa rede de transportes rodoviários eferroviários, grande potencial hidrelétrico, fácil aproveitamento de energia térmica, grande volume e variedade de matérias-primas e mercado consumidor com elevado poder aquisitivo.
A distribuição das indústrias do sul é bastante diferente da que ocorre na região Sudeste. Nesta região predominam grandes complexos industriais com atividades diversificadas, enquanto o sul apresenta as seguintes características:
- presença de indústrias próximas às áreas produtoras de matérias-primas; assim, os laticínios e frigoríficos surgem nas áreas de pecuária, as indústrias madeireiras nas zonas dearaucárias, e assim por diante;
- predomínio de estabelecimentos industriais de médio e pequeno porte em quase todo o interior da região;
- predomínio de indústrias de transformação dos produtos da agricultura e da pecuária.
As maiores concentrações industriais situam-se nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Curitiba, no Paraná, merecendo destaque também:
- o norte do Paraná, onde estão localizadas cidades como Londrina, Maringá, Arapongas, Apucarana eParanavaí, entre outras, favorecidas pela grande quantidade de matérias-primas e fontes de energia, rede de transportes desenvolvida e localização geográfica favorecida, ligando os maiores pólos econômicos do país com o interior da região sul;
- o oeste do Paraná, onde estão localizadas cidades como Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, entre outras, as cidades são um importante pólo econômico na região sul,Foz do Iguaçu se destaca na produção de energia, com a segunda hidroelétrica do mundo, Itaipu, e as cataratas do iguaçu é a segunda maior cidade turística do Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro, Cascavel e Toledo, são uma das principais regiões do agronegócio no Brasil, em Toledo esta localizado o maior frigorifico da América Latina a Sadia;
- a cidade de Canoas, na Grande Porto Alegre, onde está localizada a refinaria de petróleo Alberto Pasqualini, a Refap;
- a região do vale do rio Itajaí, em Santa Catarina, na qual se destaca a indústria têxtil, cujos centros econômicos são Blumenau, Itajaí eBrusque, e também de cristais finos e softwares, com sedes em Blumenau;
- a região norte catarinense também no setor moveleiro, sendo os municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Mafra grandes produtores e exportadores de móveis;
- a região Oeste de Santa Catrina é destaque nas agroindústrias, é sede da Sadia, Perdigão, Seara, Globoaves, Bondio, e Aurora, a Aurora conta com 13 frigoríficos 8 de suínos e 5 de aves e 2 laticínios sendo o de Pinhalzinho o maior da America latina, Chapecó é o centro econômico com 8 frigoríficos é considerado a capital brasileira das agroindústrias, alem do setor metalmecânico, equipamentos para frigoríficos, plásticos, embalagens, transportes, móveis , bebidas, softwares e biotecnologia .
- o litoral sul de Santa Catarina, onde desenvolvem-se atividades industriais associadas à exploração do carvão, na região onde ficam cidades como Imbituba, Laguna, Criciúma e Tubarão;
- a região de Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves e Flores da Cunha, na serra gaúcha, onde estão instaladas as principais indústrias vinícolas do Brasil; na região também estão localizadas a Marcopolo (líder mundial na fabricação de carrocerias de ônibus), a Tramontina(ferramentas e utilidades domésticas), a Agrale (fabricante de caminhões, tratores e jipes, incluindo o novo modelo utilizado pelo Exército brasileiro), a Eberle (talheres, ferramentas, cutelaria) e a Randon (implementos rodoviários e veículos), entre outras;
- a cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, com uma expressiva produção de tabaco para a fabricação de cigarros;
- a região do Vale do Rio dos Sinos na região Metropolitana de Porto Alegre com destaque nas atividades coureiro-calçadista, principalmente nas cidades de Novo Hamburgo,Estância Velha e Campo Bom;
- a porção noroeste do Rio Grande do Sul, incluindo o vale do rio Uruguai, onde merecem destaque as indústrias de beneficiamento de produtos agrícolas, especialmente trigo, soja e milho. Passo Fundo, Santa Rosa, Santo Ângelo, Ijuí, Cruz Alta e Erechim são as cidadesmais importantes dessa área;
- o município gaúcho de Triunfo, no Pólo Petroquímico do Sul, está localizada a Copesul (indústria petroquímica);
- a Campanha Gaúcha, onde se destacam Bagé, Uruguaiana, Alegrete e Santana do Livramento, cidades que possuem grandes frigoríficos, em geral controlados pelo capital transnacional;
- o litoral lagunar do Rio Grande do Sul, onde se destacam Pelotas (indústria de frigoríficos) e Rio Grande (maior porto marítimo da região).
Além dessas concentrações industriais, merecem destaque Ponta Grossa, Guarapuava e Paranaguá, no Paraná; Florianópolis, Joinville,Lages, Blumenau e Chapecó em Santa Catarina; e Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
[editar]Turismo
Ver artigo principal: Turismo na região Sul do Brasil
O Parque Nacional do Iguaçu, onde se localizam as Cataratas do Iguaçu, é uma Unidade de Conservação brasileira. Está localizado no extremo-oeste do estado do Paraná, tendo sido criado em 10 de janeiro de 1939, através do decreto lei nº 1.035. Sua área total é de 185.262,2 hectares. Em 1986 recebeu o título, concedido pela UNESCO, de Patrimônio Mundial.
Durante os dias quentes de verão, as praias catarinenses são procuradas e frequentadas por turistas do Brasil inteiro e de outros paísesestrangeiros. Florianópolis, atrás apenas das cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), é uma das capitais brasileiras mais visitadas. Com o fim da crise econômica nos países do Mercosul, parte do movimento de argentinos, uruguaios e paraguaios voltou ao proveito do turismo de verão, em cidades balneárias tais como Balneário Camboriú e Barra Velha. São pontos turísticos os patrimônios da humanidade: Cataratas do Iguaçu no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná e as Ruínas Jesuítico-Guaranis de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul.
As serras gaúcha e catarinense atraem turistas no inverno rigoroso, que aproveitam as temperaturas mais baixas e a neve, em cidades comoGramado (RS), a cidade turística mais representativa do gênero no país, Canela (RS) e Urubici (SC).
Em Cambará do Sul (RS), localiza-se o Parque Nacional de Aparados da Serra, onde fica o cânion do Itaimbezinho.
[editar]Infraestrutura
[editar]Educação
A Região Sul do Brasil possui a maior taxa de alfabetização do país, com 92,2% e também a menor em número de analfabetos (7,8%). Conta com 587.853 alunos matriculados no ensino infantil, 4.380.912 no ensino fundamental, 1.202.301 no ensino médio e 473.583 no ensino superior.
Suas melhores universidades são[105] a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal do Paraná (a mais antiga do Brasil), a Universidade Tecnológica Federal do Paraná, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, a Universidade Federal de Santa Maria, a Universidade Estadual de Ponta Grossa, a Universidade Estadual de Maringá, a Universidade Estadual de Londrina, a Universidade Estadual do Oeste do Paraná, a Universidade do Estado de Santa Catarina, a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a Universidade Federal de Pelotas, entre outras.
[editar]Saúde
O índice de mortalidade infantil é de 20,3 por mil nascidos vivos. Evoluiu o número de estabelecimentos de saúde entre 8.000 e 10.000, já no ano de 1999. O Paraná é o estado que possui o maior número de estabelecimentos da rede SUS com internação, com 469 lugares, ao mesmo tempo que Santa Catarina é detentora do menor índice (207); o Rio Grande do Sul tem um índice equilibrado de estabelecimentos de SUS com internação (379).
[editar]Energia
A região Sul é muito rica em xisto betuminoso e carvão mineral. O carvão mineral é utilizado para produzir energia elétrica nas usinas termelétricas, como a Usina Termelétrica Jorge Lacerda, em Santa Catarina. Além desses minérios, a região possui também energia hidrelétrica em abundância, graças às características de sua hidrografia — os rios caudalosos e os rios de planalto.
A maior usina hidrelétrica do Brasil situa-se na região. Inaugurada em 1983, Itaipu, que aproveita os recursos hídricos do rio Paraná, mais precisamente nas imediações das cidades de Foz do Iguaçu (Brasil), na margem esquerda e Ciudad del Este, antiga Puerto Presidente Stroessner (Paraguai), na margem direita. Como é considerada a segunda maior usina hidrelétrica do mundo, sendo a primeira a de Três Gargantas na China,[106][107][108] sua energia é utilizada em partes iguais por ambos países a que pertencem, Brasil e Paraguai.
Além de abastecer a região Sul, a energia da Usina hidrelétrica de Itaipu é imensamente utilizada em outras regiões brasileiras, inclusive naregião Sudeste.
A distribuição de energia elétrica na região Sul é controlada pela Eletrosul, com sede em Florianópolis (SC), que estende a atuação ao estado de Mato Grosso do Sul e também a outras áreas do Brasil, devido a interligações com a rede de energia da região Sudeste.
Em relação às usinas hidrelétricas que ainda existem em atividade desde o século XX, entraram em funcionamento entre as décadas de 1990 e 2000, tais como Usina Hidrelétrica de Ilha Grande, no rio Paraná, Usina Hidrelétrica de Machadinho, no rio Pelotas, e Usina Hidrelétrica de Itá, no rio Uruguai.
[editar]Transportes
O Sul é bem servido no setor de transportes, dispondo de condições naturais que facilitam a implantação de uma boa malha rodoviária eferroviária. Além disso, o fato de sua população distribuir-se uniformemente, sem grandes vazios populacionais, permite que sua rede de transportes seja mais eficiente e lucrativa.
Embora quase todas as principais cidades da região sejam servidas por linhas da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), o transporte rodoviário é mais desenvolvido. A região conta com várias estradas, tais como a Rodovia Régis Bittencourt, ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul, e aRodovia do Café, alcançando o norte do Paraná até o porto de Paranaguá. Como as demais regiões do Brasil, os transportes ferroviários e rodoviários necessitam de investimentos que permitam a manutenção das vias já existentes e a abertura de outras novas.
Também os mais movimentados aeroportos do Brasil, depois dos aeroportos da região Sudeste e de Brasília, estão localizados no Sul. Esta região possui ainda portos marítimos em atividade: o porto de Paranaguá, que exporta principalmente café e soja; os portos de Imbituba eLaguna, em Santa Catarina, exportadores de carvão mineral; os portos de São Francisco do Sul, Itajaí e Itapoá (o primeiro porto privado do Brasil) também em Santa Catarina, exportadores de produtos da indústria metal-mecânica e frigorífica, além de móveis e madeira beneficiada; e finalmente os portos de Rio Grande e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, pelos quais passam mercadorias diversificadas.
[editar]Segurança
[editar]Segurança nacional
As principais unidades militares da Região Sul do Brasil são:
- Comando Militar do Sul (Exército Brasileiro): formado pela 3ª Região Militar, 3ª Divisão de Exército, e 6ª Divisão de Exército, (Rio Grande do Sul) e pela 5ª Região Militar e 5ª Divisão de Exército (Paraná e Santa Catarina). Essa unidade militar tem sede em Porto Alegre e jurisdição sobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
- 5º Distrito Naval (Marinha do Brasil): com sede em Rio Grande e jurisdição sobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
- V Comando Aéreo Regional (Força Aérea Brasileira): com sede em Canoas e jurisdição sobre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.
[editar]Segurança pública
As principais corporações que proveem a Região Sul do Brasil são:
- Paraná
- Santa Catarina
- Rio Grande do Sul
[editar]Cultura
Ver artigo principal: Cultura da Região Sul do Brasil
A cultura artística da região Sul do Brasil é muito rica, justamente por ter recebido influência de diversas colônias de imigrantes, como osalemães, os italianos, os poloneses e os ucranianos. Os colonizadores foram os primeiros a chegar na região anteriormente habitada pelospovos ameríndios.
As missões jesuíticas foram fundadas no oeste do Paraná no século XVI antes dos bandeirantes expulsarem para a região do Rio Grande do Sul e Argentina, levando a cultura do chimarrão para estas regiões. Se chamava República Real del Guairá e sua capital era Ontiveros (atualGuaíra - PR), a terceira maior cidade da América do Sul na época depois de Assunção e Buenos Aires.
A cultura gaúcha é muito forte e influencia toda a região. As principais manifestações estão na culinária, na literatura e na dança.
Curitiba foi eleita em 2003 a "Capital da Cultura das Américas" pela entidade CAC-ACC e sediou o evento COP 8 MOP 3 da ONU de 20 a 31 de março de 2006.
A Região Sul do Brasil já foi retratada como paródia geopolítica na enciclopédia humorística Desciclopédia como o país fictício denominado deEstados Unidos do Sul, nação composta pelos três estados da região com seus respectivos nomes: Nördregion (Paraná), Mittelregion (Santa Catarina) e Südregion (Rio Grande do Sul).[109]
[editar]Culinária
O barreado é o prato caboclo típico do litoral paranaense,[110] preparado com carne bovina, toucinho e temperos.[111][112][113][114] A iguaria é colocada em uma panela de barro, que é enterrada e sobre a qual se acende uma fogueira. O prato é assim lentamente cozido por 12 horas, até que a carne se desfaça.[115] Muitos restaurantes de Morretes oferecem este delicioso prato gastronômico.
O Boi no Rolete, o Porco no Rolete e o Carneiro no Buraco também são pratos típicos do Oeste Paranaense, e contam com grandes festivais durante o ano todo.
Na culinária catarinense são tradicionais o pirão de peixe no sul e a marrecada no norte. Na capital, o destaque é a sequência de camarão, uma série de vários pratos preparados com o crustáceo.[116] Na gaúcha o churrasco com sal grosso e o chimarrão são os mais comuns.
O churrasco pode ser feito no forno de chão, na churrasqueira e em diversos lugares,é consumido com muita frequência pelos gaúchos mesmo em dias de semana, e geralmente nos fins de semana pelas pessoas da região sudeste. Já o chimarrão não tem hora para ser consumido, e o seu sabor é semelhante a um chá, porém mais forte e de sabor menos adocicado.
[editar]Problemas atuais
Os maiores problemas da Região Sul do Brasil são comuns a todo o país: a acentuada desigualdade na distribuição de renda reflete em todas as regiões, no contraste entre ariqueza de poucos e a pobreza de muitos. Na Região Sul do Brasil, esse contraste não tão marcante quanto no Sudeste ou Nordeste, mas evidencia-se na existência de favelas nos grandes centros urbanos e na assistência médico-hospitalar insatisfatória em algumas localidades.
Além desses problemas, a Região Sul do Brasil enfrenta:
- Excessos do clima: O clima subtropical, ainda que agradável na maior parte do ano, é responsável por frequentes geadas, de consequências desastrosas para a agricultura, principalmente para as plantações de café. Além disso, chuvas intensas podem causar inundações incontroláveis, de efeitos muito negativos sobre a sociedade e a economia.
- Dificuldades de ordem humana: Grande parte da população ainda emprega técnicas agrícolas e pecuárias primitivas, obtendo um rendimento bastante abaixo do ideal. Além disso, a mecanização das lavouras leva ao desemprego, causando a migração para outros estados brasileiros e o surgimento de boias-frias. Esses trabalhadores rurais sem terrasão contratados temporariamente para tarefas que exigem muita mão-de-obra e dispensados em seguida. Suas condições de trabalho, saúde e moradia são absolutamente precárias. Embora os boias-frias não constituam problema específico da Região Sul do Brasil, o estado do Paraná é a unidade federativa com o maior número de pessoas nessas condições.
Para os problemas decorrentes de condições naturais há perspectivas de solução: técnicas para combater o efeito das geadas e obras para conter as enchentes começam a serem desenvolvidas em todas as áreas críticas. No caso dos problemas de caráter social, com raízes históricas, as soluções exigem mais tempo, porém não são impossíveis; atualmente, o progresso dos meios de transportes e a ampliação de comunicações viabilizam projetos de alfabetização e amparo médico-sanitário às populações isoladas. A Sudesul (Superintendência para o Desenvolvimento da Região Sul), extinta em 1990, coordenava e supervisionava boa parte desses projetos e executava programas bastante significativos, aumentando a cada ano a participação da Região Sul no conjunto da economia brasileira.
[editar]Ver também
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- Florianópolis
- Porto Alegre
- Região Metropolitana de Porto Alegre
- Curitiba
- Brasil
- Regiões do Brasil
- Região geoeconômica Centro-Sul do Brasil
- Araucaria angustifolia
- Pinhão
- Gaúcho
- Erva-mate
- Chimarrão
- Churrasco
- Paraná
- Santa Catarina
- Rio Grande do Sul
- Vanerão
- Música tradicionalista gaúcha
- Movimentos separatistas no Brasil
- Clima subtropical
- Climas no Brasil
- Imigração no Brasil
- Guerra do Contestado
- Guerra dos Farrapos
- Revolução Federalista
- Cerco da Lapa
Notas
- ↑ O primeiro grande tropeiro foi um fidalgo português, Cristóvão Pereira de Abreu, descendente do condestável Nuno Álvares Pereira. Cristóvão de Abreu nasceu em Ponte de Lima, em 1680, e veio para o Rio de Janeiro aos 24 anos. Aqui, casou com D. Clara de Amorim, com quem não teve filhos.
Em 1722, aos 42, fez um grande negócio. Arrematou o monopólio de couros do sul do Brasil, mediante o compromisso de pagar 70 mil cruzados para a Fazenda Real anualmente. Tratou de começar a explorar esse manancial de ganhos, chegando a exportar 500 mil peças de boi por ano, através da Colônia de Sacramento (então de posse dos Portugueses).
Cristóvão de Abreu também instalou sua própria estância, situada entre o Canal de Rio Grande e a planície de Quintão. Mas o seu grande feito seria estabelecer um caminho por terra entre os pampas e o mercado que clamava por gado. - ↑ Remonta a uma fortificação iniciada pelo engenheiro militar, brigadeiro José da Silva Paes, em 19 de Fevereiro de 1737, em área fortificada provisóriamente pelo lado da campanha pelo coronel de ordenanças Cristóvão Pereira de Abreu (importante criador português de gado), que o aguardava em terra, e destinava-se a servir de alojamento à tropa de 1ª Linha da expedição. Este presídio (colônia militar), sob a invocação de Jesus, Maria, José (Presídio de Jesus, Maria, José), constituiu o núcleo da Colônia do Rio Grande de São Pedro (Colônia de São Pedro), fundada oficialmente em Maio de 1737, consoante as ordens recebidas do governador da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade (1733-1763). A escolha de seu local, bem como sua colonização com o estabelecimento de estâncias de gado, permitia apoiar as comunicações por terra entre Laguna e a Colônia do Sacramento, bem como oferecia ancoradouro seguro às comunicações marítimas naquele trecho da costa, particularmente hostil à navegação.
- ↑ A imigração açoriana para o litoral sulista foi bem menos significativa numericamente do que a migração de minhotos e outros portugueses do Norte para a região mineradora. Todavia, o impacto demográfico que esses colonos das ilhas tiveram no litoral do Sul do Brasil foi enorme. Entre 1745 e 1756, cerca de 6 mil ilhéus chegaram ao litoral de Santa Catarina, sendo que a população local era de apenas 5 mil pessoas. Santa Catarina recebeu 4.612 pessoas em 1748, 1.666 em 1749, 860 em 1750 e 679 em 1753. Outros tantos rumaram para o Rio Grande do Sul. Esses colonos portugueses se fixaram ao longo do litoral, onde fundaram pequenas vilas e lugarejos, vivendo da produção de trigo e da pesca.
- ↑ A primeira colônia alemã foi fundada em 1824, com o nome de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, numa área de terras públicas do Vale do Rio dos Sinos.
- ↑ Os italianos chegaram de início à região sul, onde estavam instalando colônias de imigrantes. Em meados do século XIX, o governo brasileiro criou as primeiras colônias. Estas colônias foram fundadas em áreas rurais como a Serra Gaúcha, Garibaldi e Bento Gonçalves (1875). Estes imigrantes eram, na maioria, da região do Vêneto, norte da Itália. Depois de cinco anos, face ao grande número de imigrantes, o governo teve de criar uma nova colônia italiana em Caxias do Sul. Nestas regiões os italianos começaram a cultivar a uva e produzir vinhos. Atualmente, estas áreas de colonização italiana produzem os melhores vinhos do Brasil. Também em 1875, foram fundadas as primeiras colônias catarinenses em Criciúma e Urussanga e, em seguida, as primeiras do Estado do Paraná.
- ↑ No plano econômico, marcaram presença pela criação de gado e animais domésticos, como ovelhas, porcos, galinhas, patos e cães, tendo esses últimos causado grande fascínio entre os indígenas. Com o gado iniciaram a indústria de laticínios. Introduziram também no país numerosas espécies vegetais européias e asiáticas, e plantaram, em suas residências, uvas, cidras, limões, figos, cacau, legumes, algodão e trigo, ao mesmo tempo em que procuravam iniciar os indígenas em novas técnicas agrícolas. Das frutas faziam conservas. Iniciaram também o cultivo da cana-de-açúcar.
- ↑ A 18 de setembro de 1628 deixou São, Paulo a maior de todas as bandeiras que já haviam atacado o Guairá: 2 000 índios e novecentos mamelucos, dirigidos por 69 paulistas. No comando estava o mestre-de-campo Manuel Preto; seu imediato era Antônio Raposo Taváres. Atingindo a região pelo sudeste, os sertanistas atacaram sucessivamente as reduções de San Miguel, Santo Antônio, Jesus María, Encamación, San Xavier e San José. Diante do massacre, os padres reuniram em Santo Inácio e Loreto os índios sobreviventes e refugiaram-se nas missões estabelecidas entre os rios Paraná e Uruguai; os paulistas aproveitaram-se da retirada para destruir as povoações de Vila Rica e Ciudad Real, situadas respectivamente na margem esquerda do rio Ivaí e junto à foz do rio Piquiri; permitindo entretanto que seus habitantes fossem para o Paraguai, onde fundaram nova povoação às margens do rio Jejuí. Em 1632, não existia mais a província jesuítica do Guairá.
- ↑ Em 1824 chegam os primeiros colonos alemães ao Rio Grande do Sul, sendo assentados na atual cidade de São Leopoldo. Os alemães chegavam em pequeno número todos os anos, porém eram em número suficiente para se organizar e expandir pela região.
- ↑ Os italianos chegaram de início à região sul, onde estavam instalando colônias de imigrantes. Em meados do século XIX, o governo brasileiro criou as primeiras colônias. Estas colônias foram fundadas em áreas rurais como a Serra Gaúcha, Garibaldi e Bento Gonçalves (1875). Estes imigrantes eram, na maioria, da região do Vêneto, norte da Itália. Depois de cinco anos, face ao grande número de imigrantes, o governo teve de criar uma nova colônia italiana em Caxias do Sul. Nestas regiões os italianos começaram a cultivar a uva e produzir vinhos. Atualmente, estas áreas de colonização italiana produzem os melhores vinhos do Brasil. Também em 1875, foram fundadas as primeiras colônias catarinenses em Criciúma e Urussanga e, em seguida, as primeiras do Estado do Paraná.
- ↑ A Região Sul foi povoada por imigrantes europeus, sobretudo, italianos, alemães e poloneses, com isso as características arquitetônicas e culturais se tornaram tradicionais. Os imigrantes, assim como suas descendências diretas, têm conseguido preservar as manifestações culturais trazidas dos países europeus. Geralmente, os imigrantes se agrupam em forma de colônias divididas de acordo com a origem de cada país. Em algumas cidades de Santa Catarina, como Pomerode, uma lei municipal obriga a construção de casas em estilo enxaimel (modelo Europeu). Em outra cidade catarinense, chamada de Tílias, a maioria da população da cidade é composta basicamente por imigrantes e descendentes austríacos que preservam todas as características do país de origem, como a língua, os costumes, as festas e as comidas típicas. Tradicionalmente, as crianças assimilam o idioma tirolês em seu próprio ambiente familiar, dessa forma há possibilidade de estabelecer, por parte do governo municipal, uma lei de inclusão da língua no currículo escolar daquela cidade. As colônias do sul preservam todos os aspectos culturais, e essas são materializadas no espaço geográfico sulista através de todo arranjo paisagístico (arquitetura, atividade econômica, manifestações culturais entre outras). Elas servem para aclamar os países e matar a saudade.
- ↑ O estado do Rio Grande do Sul recebeu a primeira leva de imigrantes italianos a chegar ao Brasil. Os primeiros imigrantes desembarcaram em 1875, para substituírem os colonos alemães que, a cada ano, chegavam em menor quantidade. Os colonos italianos foram atraídos para a região para trabalharem como pequenos agricultores e lhes foram reservadas terras selvagens na encosta da Serra Gaúcha. Na região foram criadas as primeiras três colônias italianas: Conde D’Eu, Dona Isabel e Campo dos Bugres, atualmente as cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Caxias do Sul, respectivamente. Com o tempo, os italianos passaram a subir as serras e a colonizá-las. Com o esgotamento de terras na região, esses colonos passaram a migrar para várias regiões do Rio Grande. A base da economia na região italiana do Rio Grande foi, e continua a ser, a vinicultura. No centro do estado foi criada a Quarta Colônia de Imigração Italiana, o primeiro reduto de italianos fora da Serra Gaúcha e que originou municípios como Silveira Martins, Ivorá, Nova Palma,Faxinal do Soturno, Dona Francisca e São João do Polêsine. Nesse último, está a localidade de Vale Vêneto, nome dado para fazer homenagem a tal região italiana. Outras colônias italianas foram criadas e deram origens a cidades como Caxias do Sul, Farroupilha, Bento Gonçalves, Garibaldi, Flores da Cunha, Antônio Prado, Veranópolis, Nova Prata, Encantado, Nova Bréscia, Coqueiro Baixo, Guaporé, Lagoa Vermelha, Soledade, Cruz Alta, Jaguari, Santiago, São Sepé, Caçapava do Sul e Cachoeira do Sul. Essas são as principais colônias italianas do estado. Estima-se que imigraram para o Rio Grande 100 mil italianos, entre 1875 e 1910. Em 1900, já viviam no estado 300 mil italianos e descendentes.
- ↑ No Brasil, país predominantemente tropical, somente a região Sul é dominada pelo clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país. Nesse clima, as médias variam de 16 °C a 20 °C, mas o inverno costuma ser bastante frio para os padrões brasileiros, com geadas frequentes em quase todas as áreas, e em locais de altitudes mais elevadas, queda de neve. As estações do ano apresentam-se bastante diferenciadas e a amplitude térmica anual é relativamente alta. As chuvas, em quase toda a região, distribuem-se com relativa regularidade pelo ano inteiro, mas no norte do Paraná — transição para a zona intertropical — concentram-se nos meses de verão. Podem-se encontrar também características de tropicalidade nas baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as médias térmicas são superiores a 20 °C e as chuvas caem principalmente no verão. Os ventos também afetam as temperaturas. No verão, sopram os ventos alísios vindos do sudeste, que por serem quentes e úmidos, provocam altas temperaturas, seguidas de fortes chuvas. No inverno, as frentes frias, que são geralmente seguidas de massas de ar vindas do Pólo Sul, causam resfriamentos e geadas. Os habitantes do Sul chamam esse vento frio de minuano ou pampeiro. É importante ressalvar, que as características contidas no clima da região Sul do Brasil, têm grande influência graças à Massa Polar Atlântica (MPA) que é fria e úmida. A mesma origina-se no anticiclone situado ao sul da Patagônia. Sua atuação é mais intensa no inverno, com presença marcante nas regiões Sul e Sudeste. Pode atingir outras regiões como a Amazônia, onde a mesma se enfraquecera.
- ↑ A Itália apresenta duas grandes zonas climáticas: a continental, que compreende as montanhas e vales alpinos e a grande planície do Pó; e a mediterrânea, formada pela península e pelas ilhas. Dada a grande extensão norte-sul, as variações climáticas são comuns: o clima é subtropical mediterrâneo no sul; na planície padano-veneziana, é temperado marítimo, como o da Europa ocidental. O clima dos Alpes é típico das altas regiões montanhosas. Varia muito de acordo com a altitude, desde as temperaturas moderadas dos vales profundos e bem protegidos até os níveis térmicos extremamente baixos dos picos, cobertos por neves eternas. Na região alpina, as chuvas são abundantes e bem distribuídas ao longo do ano. Observa-se o efeito regulador das massas de água dos lagos alpinos em suas margens, onde crescem oliveiras, ciprestes e até limoeiros. O verão na Itália é quente. As temperaturas no norte e no sul quase se igualam, a não ser pelas chuvas e umidade do ar. No sul, os dias são quentes e luminosos, mas extremamente secos. A estiagem pode prolongar-se por cinco meses e até mais; quando isso ocorre, as chuvas caem em violentos aguaceiros. Na planície do Pó, o inverno é frio, com períodos de densa neblina. O verão é cálido e permite cultivar cereais, como o arroz. As chuvas, abundantes durante a primavera e o outono, não diminuem no verão. Por ser ilha, a Sicília tem clima suave no inverno; já a Sardenha sofre periodicamente a influência do forte vento mistral, que vem do noroeste. O siroco, sufocante vento sudoeste procedente do Saara, afeta a península e as ilhas no verão.
- ↑ O clima sul-brasileiro é um pouco semelhante ao de inverno do norte da Itália, onde faz frio em janeiro e calor em julho. Em 1875, quando os primeiros imigrantes italianos chegaram no Sul do Brasil, na época, o hemisfério sul já sofria influências climáticas do então período conhecido como equinócio de outono, fenômeno natural que ocorre a cada ano.
- ↑ A região Sul recebeu grande número de imigrantes graças a uma iniciativa do imperador Dom Pedro II. Preocupado com a possibilidade de nosso país ser invadido pelo Uruguai e pela Argentina, resolveu terras do governo a imigrantes europeus. Essa iniciativa coincidiu com os graves problemas políticos e econômicos que Itália e Alemanha enfrentavam na segunda metade do século XIX.
- ↑ Após a abolição da escravatura (1888), o governo brasileiro incentivou a entrada de imigrantes europeus em nosso território. Com a necessidade de mão-de-obra qualificada, para substituir os escravos, milhares de italianos e alemães chegaram para trabalhar nas fazendas de café do interior de São Paulo, nas indústrias e na zona rural do sul do país.
- ↑ Os pontos extremos do Brasil são: ao norte, a nascente do rio Ailã, no monte Caburaí, Estado de Roraima; ao sul, o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul, fronteira com o Uruguai; a leste, a ponta do Seixas, na Paraíba; a oeste, a Serra da Contamana ou do Divisor, no Acre, fronteira com o Peru.
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