Ânimo para votar?
O Brasil é um país presidencialista e com altíssima
concentração de poder em Brasília, algo que veio na esteira pouco eficaz de se formar
uma potência que nunca deslanchou exatamente por isso. Leis? Decretos? Normas e
regulamentos? Em nossa diversidade cultural e imersos no gigantismo territorial
aprendemos a contornar processos, e nisso tanto os da “esquerda” quanto os da “direita”,
sem falar naqueles que sabem que os extremos desequilibram com possíveis
resultados catastróficos, são especialistas.
É interessante ver e ouvir pessoas que deveriam ser mais sensatas
e atentas se deixarem cooptar e engajar em processos absolutamente falsos,
afinal a realidade é a melhor demonstração de qualquer teoria. Será que
acreditam no que falam?
Nesses momentos de desilusão é bom ler bons livros, assim
sentimos que o Brasil não é exceção, ao contrário, está na média da imaturidade
universal, o que é extremamente perigoso.
A Ciência e a Tecnologia atingiram um nível altíssimo, muito
além da capacidade de percepção de nossas lideranças. Talvez nossas bisnetas e
bisnetos venham a assimilar melhor o que a Humanidade já descobriu. O desafio é
deixar para eles um mundo razoavelmente seguro...
Somos brasileiros e vivemos no Brasil, assim estamos agora
submetidos a um processo eleitoral que foi desmoralizado em junho de 2013,
quando nossos jovens demonstraram o fracasso de nossos legisladores e
governantes, desde o transporte coletivo urbano municipal até questões
nacionais.
Não tivemos ajustes necessários e suficientes (seria
impossível em prazo tão curto) e os governantes federais, “provavelmente” para
atender interesses maiores (e privados) e na esperança de se manterem em seus
postos de poder pouco fizeram para que o Brasil evoluísse. Antes de qualquer
mudança é essencial para os poderosos terem convicção de que tudo será
semelhante ao cenário que lhes deu as delícias da glória e palácios faustosos.
Temos uma monarquia burocratizada e criada na onda da “democracia”.
Vemos políticos com sobrenomes que claramente mostram a mística de dinastias. O
que precisamos saber é se essa gente de altas Cortes quer realmente trabalhar a
favor de nosso país. Outros fazem qualquer negócio para ascenderem aos clubes
de chefes.
Com certeza o maior pesadelo brasileiro é a ignorância, o
atraso educacional. Sem boa uma formação humanística adequada nosso povo
continuará a morrer pelo futebol, esquecendo seus filhos em ruas e desertos
onde o que menos importa é o amor, o carinho, a capacidade de criar sentimentos
de solidariedade. Nesses tempos neoliberais é pecado falar em amor ao próximo. Ao
contrário, querem que sejamos feras competitivas, pois na ilusão de vencer todos
aceitam a submissão a quadrilhas disputando o ganho ilimitado que a riqueza do
mundo moderno viabilizou, sem muita atenção para a própria sobrevivência.
Maravilhosamente temos excelentes meios de aprendizado em
História, Sociologia, Filosofia, Psicologia. Esse destaque é essencial, pois
crenças antediluvianas ganham força, mais uma vez. Os períodos nazifascista e
soviético já estão suficientemente longe para a percepção adequada do que
significaram ditaduras totalitárias.
O que podemos dizer é que o Poder corrompe e esta ação
deletéria pode ser exponencialmente pior quando temos países com as
características do Brasil.
Vamos orar, rezar, torcer, meditar, estudar, trabalhar e ter
esperanças de evolução. Os candidatos estão aí, talvez amargurados diante das
restrições eleitorais.
Evoluímos muito, apesar de erros e falhas de caráter de
nossos governantes. As facilidades de comunicação e de viagens devem estar
criando uma nova mentalidade no Brasil. Vamos ver os efeitos disso tudo após as
próximas eleições...
Cascaes
03.08.2014