terça-feira, 14 de dezembro de 2021

O Corruptor

 O comportamento do corruptor

 

A corrupção é uma das mais importantes causas da desigualdade. A ausência de um combate adequado à corrupção aprofunda as desigualdades intoleráveis e odiosas do nosso país, assim como também o faz, talvez ainda mais, um combate inconsequente à corrupção. E é por isso que uma crítica contra o combate brasileiro à corrupção pressupõe a urdidura de soluções de aperfeiçoamento do aparato institucional anticorrupção, para que seja capaz de ultrapassar os adversos efeitos colaterais que produz.

Warde, Walfrido. O espetáculo da corrupção (p. 9). Leya. Edição do Kindle. 

A ingenuidade cria corruptos, gente que talvez jamais tenha pensado em ser parte de golpes que afetam nosso povo.

Nós, mais velhos, se tivemos funções atraentes a empresas e sistemas de poder com certeza teremos sido testados. Aprendemos e podemos agora orientar nossos descendentes, principalmente para as manhas da podridão dos negócios escusos.

A corrupção é um fenômeno mundial que já dá sinais de ações eficazes para sua redução significativa.

Políticos e governantes viciados em privilégios, negacionistas, bilionários etc. assim como lideranças políticas e moralização. Em todas as classes sociais criadas nessa lama oportunistas resistem aos esforços para saneamento da democracia.

A coletânea “A luta à corrupção em perspectiva comparada. As implicações sobre as democracias da Europa e da América Latina”, organizada pelos Professores Dr. Jacopo Paraffini e Dr. Neuro José Zambam, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Direito da Imed-Faculdade Meridional, é resultado do I° Seminário Italo-Brasileiro “Luta a Corrupção no Brasil, estado da arte e perspectivas futuras” realizado na Facudade de Direito de Pisa dia 19 de abril 2019, promovido conjuntamente pela IMED - Brasil e as Universidades de Perúgia de Pisa - Itália, em continuidade ao programa de internacionalização, iniciado no ano de 2014, que já compreendeu a execução de diversas atividades conjuntas como: intercâmbio docente e discente, formação, pesquisas, viagens de estudo, eventos e publicações.

 

Paffarini, Jacopo; Zambam, Neuro. A luta à corrupção em perspectiva comparada: as implicações sobre as democracias da Europa e da América Latina (p. 2). Edição do Kindle.

 

Isso não significa simplesmente teatralizar as tentativas de suborno. Muitos simplesmente exercem suas profissões, nem sempre honrosas. O verdadeiro desafio é não aceitar a corrupção, tenha a forma que for.

No passado remoto as tentativas e situações clássicas envolviam sequestros, casamentos arranjados, formação de janízaros[1], tropas de guarda pessoal etc. Privilégios, medalhas e honrarias e muito dinheiro eram distribuídos para motivar lealdade.

No Brasil atual podemos perceber mais uma vez que sem qualquer pudor dos corruptores o “toma lá, dá cá” parece valer.

Note-se que em muitos casos as consequências são assustadoras, talvez significando milhares de mortes e perdas de qualidade de vida para nosso povo.

A Democracia é feita e usada por seres humanos falíveis, imperfeitos. Suas instituições, se por algum milagre são as melhores possíveis, têm servidores talvez muito frágeis.

O que importa é a motivação e a determinação contínua e algo absolutamente necessário: bom caráter com boa educação.

Imagino que os bandidos detestam as pessoas de bons princípios. Elas atrapalham seus negócios. Que “gente chata” ...

A dimensão do cooptação depende da importância dos alvos. Pessoalmente já vivi prazeres imensos sempre pensando no que o nosso prefeito e depois governador ensinava, “se oferecerem algo aceitem, na hora de decidir decidam certo”. Roberto Requião sempre citava Sidônio Muralha (colaboradores da Wikipédia).: sabendo o que enfrentaríamos no serviço público.

Vale reproduzir parte da mensagem de Sidônio Muralha:

Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
pago o preço.

...

Sidónio Muralha

O Dr. Sérgio Moro, pessoa que admiro irrestritamente, repetiu inúmeras vezes: “fazer a coisa certa sempre”. Ou seja, estaríamos em novos tempos se as ações surpreendentes de alguns políticos não tivessem promovido o retrocesso que presenciamos.

Tive sempre por princípio de que uma pessoa realmente amiga não lhe pedirá ato desonesto. Essa convicção só se reforçou com o tempo. A desonestidade é típica dos hipócritas. Ou seja, a amizade exige honestidade em todos os sentidos e amigos leais a bons princípios éticos e morais.

Algo extremamente desagradável é a percepção de que caímos em alguma armadilha, que a desonestidade aparentemente é sua quando alguém de máxima confiança lhe pede algo jurando seriedade e adiante descobrimos falhas lamentáveis.

Quem tem muito poder é solitário, um eremita. Precisa decidir e sabe que nem com o espelho será capaz de falar, as paredes têm ouvidos. Qualquer insinuação vale dinheiro.

Grandes decisões afetam muita gente, normalmente amigos e inimigos.

Nesse sentido a mídia é cruel pois sempre estará com a liberdade de imaginar e divulgar a pior hipótese. Honestidade não dá ibope.

No Brasil que não foi criado por puritanos (leitura imperdível, os livros de Laurentino Gomes sobre a ESCRAVIDÃO) a lógica perversa impera. A corrupção até há poucos anos era pública e notória. Os piores compradores de consciências não faziam mistério de suas estratégias.

Ao contrário, chegamos a ouvir de um amigo que “Deus dá asas para quem não sabe voar” ...

E agora?

Que tipo de desonestidade é pior? Podemos aceitar desvios de conduta?

O que é crime absoluto? Quem deve estar no banco dos réus?

Como enfrentar criminosos poderosos?

Vemos com perplexidade o desmonte de um esforço que começou com o Mensalão e culminava com a Lava Jato.  Lamentavelmente os mentores da Lava Jato erraram em formalidades e os crimes e criminosos que todo brasileiro atento sabia que existiam ficarão, provavelmente, impunes.

Obviamente ninguém é perfeito. Ninguém é tão bom quanto desejaríamos que fosse nem tão ruim quanto imaginamos.

Qualquer cidadão pode se corrigir e o fará se a dimensão de suas boas ações exigirem.

Desinteligência é inibir soluções pela radicalização de conceitos.

A Democracia exige compreensão das variações de seus líderes.

Grandes pessoas cometem grandes erros e grandes acertos e as pequenas costumam apenas errar numa pequena dimensão e fazer pequenas coisas.

Que erros seriam toleráveis?

É função dos legisladores definir limites e do Poder Judiciário julgar.

Precisamos de leis racionais e operacionais.

A imperfeição do Estado e de suas leis é uma realidade inegável.
Diante de tudo isso a Justiça deve ser pragmática? Idealista? Formalista?

Em processos revolucionários a Justiça é sumária, poderia ser diferente?

O Brasil lutava contra a corrupção, o crime organizado, a hipocrisia e o deboche de suas leis.

E agora?

Que esperança teremos?

 

 

 

João Carlos Cascaes

Curitiba, 14 de 12 de 2021



[1] Os janízaros ou janíçaro (do turco Yeniçeri, ou "Nova Força") constituíram a elite do exército dos sultões otomanos. A força, criada pelo sultão Murade I, cerca de 1365, era constituída de crianças cristãs capturadas em batalha, levadas como escravas e convertidas ao Islã.

Seu código de conduta era rigoroso e obrigava:...

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jan%C3%ADzaro#:~:text=Os%20jan%C3%ADzaros%20ou%20jan%C3%AD%C3%A7aro%20(do,escravas%20e%20convertidas%20ao%20Isl%C3%A3.

 

segunda-feira, 13 de dezembro de 2021

A luta contra a corrupção no Brasil

  2O orgulho leva à desgraça, mas com a humildade vem a sabedoria. 3A honestidade guia os justos; a desonestidade destrói os desleais. 4As riquezas de nada ajudarão no dia do juízo, mas uma vida justa livra da morte.

Cristão, Mundo. Bíblia NVT - Versão Exclusiva Amazon (p. 1354). Editora Mundo Cristão. Edição do Kindle. 

O Brasil é um país com o pesadelo crônico da corrupção[1], clientelismo, subserviência, paradigmas ruins e mal versarão dos recursos públicos. A luta contra a corrupção sempre foi motivo de muitos levantes, tenentadas, golpes e mobilizações frustrantes.

A partir do processo denominado Mensalão ganhamos a esperança de poder ver um Brasil melhor para nossos descendentes. As pessoas idosas mais atentas ganharam ânimo diante do que aconteceu e agora a hipóteses de desmonte de tudo o que aconteceu no Congresso Nacional, STF, MPF { (O QUE MOVE O MINISTÉRIO PÚBLICO? ANÁLISE DO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE UMA IDENTIDADE INSTITUCIONAL NO ENFRENTAMENTO DA CORRUPÇÃO, 2020), GAECOS etc. a partir de minúcias jurídicas e reformas em nossa Constituição Federal.

Descaradamente nosso governante nacional manobrou para salvar sua família, simplesmente alterando comandos e leis que afetam todos os brasileiros.

Minha geração passou por muitos movimentos contra a corrupção mas, empolgada com novidades políticas saiu da panela para cair no fogo. Refazer o Brasil dentro de um modelo democrático foi difícil. o que torna-se óbvio é a natureza do ser humano que em um país em formação não se sente segura e onde os mais espertos lucram com oportunidades impublicáveis.

É bom lembrar, contudo, que vivemos tempos de esperança e de mudanças essenciais em nosso país.

O que realmente incomoda é a sensação de impotência diante de negacionistas da própria democracia...

Felizmente tudo está sendo documentado e a História não perdoará. teremos registros de tudo o que está acontecendo assim como análises mais precisas.

Parece que isso está sofrendo um retrocesso assustador. O poder dos corruptores é imenso e transcende as fronteiras de nossa pátria.

Em plena pandemia sentimos a falta de recursos que teriam existido para o enfrentamento das endemias, epidemias, Covid 10 e o aprimoramento de serviços essenciais.

Ainda temos um sistema democrático e o Brasil é grande demais para qualquer ditador improvisado.

A corrupção (ÍNDICE DE PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO 2020, s.d.) será enfrentada pelos nossos descendentes, se nós, mais velhos, falharmos ao corrigir erros de nossas gerações atuais.

O maior desafio, contudo, será a racionalização de nossa legislação. Na dinâmica da sociedade moderna, capitalista e pluralista onde as visões éticas são diferentes, não adianta imaginar a perfeição de leis que aplicadas podem desmontar o Estado.

O exercício de cargos e coimando é uma experiência valiosíssima para entender o que será o aprimoramento possível do Brasil.

Tudo parte de nosso povo, ele sim, deve aprender a importância da seriedade e honestidade e não vender seus votos como sentimos nas “negociações” de apoio.

Infelizmente o Brasil nasceu mal e a escravidão, o compadrismo, o relacionamento com as potências europeias e Portugal, tudo degradou nosso povo. O Rio de Janeiro[2], por exemplo, parece ser ingovernável

O ideal será a redução eficaz dos escândalos de corrupção no Brasil (Categoria:Escândalos de corrupção no Brasil).

Para isso talvez devamos relaxar leis, decretos, regulamentos para podermos esvaziar complicações que criam paraísos para corruptos e corruptores.

As reações à Operação Lava Jato foram incrivelmente absurdas, ainda que o atores tenham apelado para recursos heterodoxos.

sempre é bom lembrar que os criminosos mais ricos são apoiados por bancas fortíssimas de advogados e nossa Justiça valoriza a forma, muitas vezes esquecendo o conteúdo dos processos.

A quantidade de escândalos no Brasil tende a banalizar a desonestidade, como é o caso de inúmeros outros países.

Sem maiores dificuldades podemos descobrir livros, tratados, teses, registros etc. da corrupção recente. até quando?

O essencial será delimitar esses crimes e organizar o poder judiciário e todos os seus apoios para maior agilidade e objetividade. Nosso povo não precisa de belas teses, mas de ações eficazes contra a corrupção.

Os indicadores sociais no Brasil mostram os efeitos de erros clássicos (Problemas sociais do Brasil, s.d.) e vícios comportamentais.

 

ÍNDICE DE PERCEPÇÃO DA CORRUPÇÃO 2020. (s.d.). Fonte: Transparência Internacional - Brasil: https://transparenciainternacional.org.br/ipc/

Wikipédia, a. e. (s.d.). Problemas sociais do Brasil. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Problemas_sociais_do_Brasil

 

João Carlos Cascaes

Curitiba, 13 – 12 2021



[1] Em 2015, uma pesquisa de opinião realizada pelo instituto Datafolha, indicou que a corrupção é o maior problema no Brasil. Em junho de 2017, a Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DICOR/PF) totalizou que, a partir de 2013, as perdas com diversos desvios atingiram perto de 123 bilhões de reais.

Corrupção no Brasil – Wikipédia, a enciclopédia livre

 

[2] Situada na avenida Presidente Vargas, em frente à Praça da República, a Biblioteca Parque, antigo sonho do professor Darcy Ribeiro, abriu e fechou suas portas por diversas vezes, sobrevivendo precariamente e apenas graças à dedicação de seus funcionários, enquanto o estado e a prefeitura do Rio de Janeiro, ambos falidos, mergulhavam num oceano cada vez mais tenebroso de denúncias de corrupção e desmandos.

 

Gomes, Laurentino. Escravidão – Vol. 1 – Do primeiro leilão de cativos em Portugal até a morte de Zumbi dos Palmares (p. 389). Buobooks. Edição do Kindle.

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Michel Eyquem de Montaigne 20171009103659

Um argumento oportunista e lembrando alguns filósofos

Um Argumento oportunista e lembrando alguns filósofos

 

Uma forma agressiva contra qualquer pessoa é dizer que faltou à Ética, disso ou daquilo, deste ou daquele modo. O que se percebe, contudo, é que esse dardo é usado contra desafetos, inimigos, obstáculos a conveniências.

Tudo tem limites e é muito difícil alguém aceitar situações que a prejudicaram.

Com certeza na vida pessoal e na pública todos têm prioridades, algumas, talvez, inimagináveis a seu ambiente social.

Os segredos e as decisões que tomamos dependem das responsabilidades que tivermos.

Poucas pessoas poderão dizer que respeitam rigorosamente figurinos morais, que têm ética definida e consciente e não a transgredem.

Com a mesma facilidade com que acusam, escondem o que fazem.

Podemos imaginar as variações de pessoas cujos passos foram de domínio público.

Bertrand Russell em sua luta por uma sociedade justa e feliz teve imensas dificuldades de sobreviver, ganhou um espaço na memória da Humanidade justo e merecido.

Do blog Paulopes (Lopes) temos um excelente resumo de suas orientações:

1 - Não tenha certeza de nada.

2 - Não considere que valha a pena esconder evidências, pois elas inevitavelmente virão à luz.

3 - Nunca tente desencorajar o pensamento, pois assim com certeza obterá sucesso.

4 - Quando encontrar oposição, mesmo que seja de seu cônjuge ou de suas crianças, esforce para superá-la pelo argumento, e não pela autoridade, porque uma vitória que dependente da autoridade é irreal e ilusória.

5 - Não tenha respeito pela autoridade dos outros, porque há sempre autoridades contrárias.

6 - Não use o poder para suprimir opiniões que considere perniciosas, pois as opiniões vão lhe suprimir.

7 - Não tenha medo de possuir opiniões excêntricas, porque todas as opiniões hoje aceitas foram um dia consideradas excêntricas.

8 - Encontre mais prazer em desacordo inteligente do que em concordância passiva, porque, se valorizar a inteligência, chegará a um acordo proveitoso e profundo.

9 - Seja escrupulosamente verdadeiro, mesmo que a verdade seja inconveniente, pois será mais inconveniente se tentar escondê-la.

10 - Não tenha inveja daqueles que vivem num paraíso dos tolos, pois apenas um tolo o consideraria um paraíso.

Fã de Bertrand Russel desde o primeiro livro que li e perdi (emprestando) na década de sessenta tenho por esse filósofo tremenda admiração e o lamento de que sejam tão raros aqueles que se interessem por sua obra.

Infelizmente virou moda empresas falarem sem vigilância em “códigos de ética”. Essa tem sido uma forma mercantil de vulgarização e desmoralização do que podemos entender por ética. Empresas são comandadas por pessoas dedicadas ao lucro...

Principalmente consultores de “internet” propagam a ideia da bondade, de atitudes respeitosas e carinhosas e valorização das pessoas em qualquer circunstância.

Na vida prática, entretanto, precisamos estar em sintonia com as empresas em que trabalharmos ou simplesmente sair.

O ideal é estar em paz com a própria consciência. O preço poderá ser elevado, mas vale a pena.

Michel Foucaut publicou livros e outros escritos a partir de suas aulas. Seminários anuais no Collège de France eram acontecimentos gravados e alguns registrados em livros Sua última apresentação foi transformada em livro (Foucault), imperdível[1]. Michel Foucalt teve uma vida de conflitos pessoais enormes e no ambiente profissional enfrentou catedráticos que discordavam de suas palestras e livros procurando desconstruí-lo como filósofo. Não era um simples filósofo, mas um pesquisador que ia ao campo e colocava questões polêmicas, aliás um típico francês.

O Jornalismo Investigativo é uma atividade de alto risco, o que Foucault fez com propósitos de análise construtiva.

A verdade pode ser letal, como podemos ver nos países ditatoriais ou controlados por criminosos. A hipocrisia é uma condição de sobrevivência, ou simplesmente migração para o seio de nações realmente livres e tolerantes.

As ditaduras espantam os pensadores...



[1] O curso intitulado “A Coragem da Verdade” é o último ministrado por Michel Foucault no Collège de France, de fevereiro a março de 1984. Ele morre meses depois, no dia 25 de junho. Tal contexto convida a ver nessas lições um testamento filosófico, tanto mais que o tema da morte é muito presente. Este curso continua e radicaliza as análises feitas no ano anterior. Tratavase então de interrogar a função do “dizeraverdade” na política, a fim de estabelecer, para a democracia, certo número de condições éticas irredutíveis às regras formais do consenso: coragem e convicção. Com os cínicos, essa manifestação do verdadeiro não se inscreve mais simplesmente por meio de uma tomada de palavra arriscada, mas na própria espessura da existência. De fato, Foucault propõe um estudo renovado do cinismo antigo como filosofia prática, atletismo da verdade, provocação pública, soberania ascética. O escândalo da verdadeira vida é construído então como oposto ao platonismo e a seu mundo transcendente de Formas inteligívei

Fonte: https://www.google.com/shopping/product/10155728497365110921?q=e-book+-+curso+a+coragem+da+verdade+-+michel+foucault&prds=eto:4496323923793266052_0;146723997377567674_0;13458400011676393091_0&sa=X&ved=0ahUKEwjCpI_h-430AhWlr5UCHYd-BVQQ9pwGCAc

Foucault, M. (s.d.). A coragem da verdade. WMF Martins Fonte. doi:978-8578274764



[1] O curso intitulado “A Coragem da Verdade” é o último ministrado por Michel Foucault no Collège de France, de fevereiro a março de 1984. Ele morre meses depois, no dia 25 de junho. Tal contexto convida a ver nessas lições um testamento filosófico, tanto mais que o tema da morte é muito presente. Este curso continua e radicaliza as análises feitas no ano anterior. Tratavase então de interrogar a função do “dizeraverdade” na política, a fim de estabelecer, para a democracia, certo número de condições éticas irredutíveis às regras formais do consenso: coragem e convicção. Com os cínicos, essa manifestação do verdadeiro não se inscreve mais simplesmente por meio de uma tomada de palavra arriscada, mas na própria espessura da existência. De fato, Foucault propõe um estudo renovado do cinismo antigo como filosofia prática, atletismo da verdade, provocação pública, soberania ascética. O escândalo da verdadeira vida é construído então como oposto ao platonismo e a seu mundo transcendente de Formas inteligívei

Fonte: https://www.google.com/shopping/product/10155728497365110921?q=e-book+-+curso+a+coragem+da+verdade+-+michel+foucault&prds=eto:4496323923793266052_0;146723997377567674_0;13458400011676393091_0&sa=X&ved=0ahUKEwjCpI_h-430AhWlr5UCHYd-BVQQ9pwGCAc


https://youtu.be/IWDRSJg_XBg?t=46  

quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Deus não é brasileiro

...................................... Símobolos nacionais, respeito a nossos símbolos patrióticos, culto à violência, ignorância e maquiavelismo, manipulação da opinião pública, desespero político, organização instituição essencial, STF, Congresso Nacional,

sexta-feira, 11 de junho de 2021

Evolução Social MVI 0876

Caridade é paliativo, evolução social, evolução e ideologias, miséria inaceitável, China, Ditadores, democracias, mundo em conflito, D. Trump, Bolsonaro, medo de ditaduras, CPI pandemia, Direitos e Deveres, Stalin, Hitler, Fascismo, xenofobia, crimes cibernéticos, WEB, Hackers, Gabinete do Ódio

quarta-feira, 28 de abril de 2021

SIM ouNÃO

 


Sim e Não

Diante de propostas indecorosas sempre teremos duas respostas possíveis e definitivas, se sustentadas. Sim ou não pode ser indelicado, mas evita espaços e dúvidas impertinentes.

O caráter de uma pessoa se revela nesses instantes e se for forte e capaz de sentir pressões mais ainda.

É muito triste receber visitas de amigos e amigas sugerindo ações desonestas.

Na vida pública isso é essencial à imagem que se criará.

Talvez no passado a ocultação de caráter fosse possível. Hoje a privacidade não é segredo para quem domina a tecnologia da informação e dispõe de sistemas de vigilância.

Não é à toa que governantes desejam, querem, lutam por informações confidenciais.

Políticos maquiavélicos são especialistas e processos de chantagem e troca de favores.

No Poder Judiciário e seus órgãos de apoio a privacidade é essencial para a vigilância do respeito às leis.

É típico das ditaduras a vigilância e qualquer cidadão ou cidadã inconveniente. Os ditadores em democracias relativas ou ditaduras explícitas usam e abusam dos serviços de inteligência e espionagem.

Sendo sistemas democráticos reais a liberdade de expressão é a grande arma contra o arbítrio.

Campanhas eleitorais, contudo, dependem de mídia, de marqueteiros, de discursos que poderão ser falsos.

A divisão entre os 3 poderes típicos de qualquer república sadia é fundamental, mas fragilizada por processos de nomeações políticas principalmente no Poder Judiciário e Ministérios Públicos.

A necessidade de evoluir, de aprimoramento da Democracia depende dos ensinamentos dos mais velhos, bons mestres, jornalismo independente, bons escritores, ensinamentos lúcidos.

Os mais velhos sentem-se, talvez, culpados pelos erros que deixam. Se esse é o sentimento não deverão se omitir. Enquanto restar lucidez suficiente deverão agir.

Um exemplo fabuloso, antológico, foi dado pelos gênios da Humanidade, muitos deles chegando ao sinal da vida aparentemente impossibilitados de qualquer trabalho. Talvez o mais recente e um dos maiores da Humanidade, Stephen William Hawking (Wikipédia) foi um exemplo magnífico, morreu com 76 anos completamente travado e trabalhando[1].

Com esse exemplo devemos reafirmar que não existem limitações invencíveis.

Tudo o que nos afeta é nossa responsabilidade na dimensão de nossos conhecimentos e capacidade intelectual.

 

 



[1] Hawking era portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que paralisa progressivamente os músculos do corpo, mas que mais frequentemente não afeta as funções cognitivas. A ELA ainda não possui cura. A doença foi detectada quando tinha 21 anos. Em 1985 Hawking teve que submeter-se a uma traqueostomia após ter contraído pneumonia visitando o CERN na Suíça e, desde então, utilizava um sintetizador de voz para se comunicar. Gradualmente, foi perdendo o movimento dos braços e pernas, assim como do resto da musculatura voluntária, incluindo a força para manter a cabeça erguida, de modo que sua mobilidade era praticamente nula. Em 2005 Hawking usava os músculos da bochecha para controlar o sintetizador, e em 2009 já não podia mais controlar a cadeira de rodas elétrica. Desde então outros grupos de cientistas estudaram formas de evitar que Hawking sofresse de síndrome do encarceramento, cogitando traduzir os pensamentos ou expressões de Hawking em fala. A versão mais recente, desenvolvida pela Intel e cedida a Hawking em 2013, rastreava o movimento dos olhos do cientista para gerar palavras, embora o cientista tenha afirmado em seu site oficial que preferia usar o "cheek tracking" (rastreamento da bochecha) para utilizar a interface ACAT (Sistema desenvolvido pela Intel). "No entanto, embora eles funcionem bem para outras pessoas, eu ainda acho que o interruptor na minha bochecha é mais fácil e menos cansativo de usar".Wikipédia

O comportamento do corruptor


 

O comportamento do corruptor

 

A ingenuidade cria corruptos, gente que talvez jamais tenha pensado em ser parte de golpes que afetam nosso povo.

Nós, mais velhos, se tivemos funções atraentes a empresas e sistemas de poder com certeza teremos sido testados. Aprendemos e podemos agora orientar nossos descendentes, principalmente para as manhas da podridão dos negócios escusos.

Isso não significa simplesmente teatralizar as tentativas de suborno. Muitos simplesmente exercem suas profissões, nem sempre honrosas. O verdadeiro desafio é não aceitar a corrupção, tenha a forma que for.

No passado remoto as tentativas e situações clássicas envolviam sequestros, casamentos arranjados, formação de janízaros[1], tropas de guarda pessoal etc. Privilégios, medalhas e honrarias e muito dinheiro eram distribuídos para motivar lealdade.

No Brasil atual podemos perceber mais uma vez que  sem qualquer pudor dos corruptores o “toma lá, dá cá” parece valer.

Note-se que em muitos casos as consequências são assustadoras, talvez significando milhares de mortes e perdas de qualidade de vida para nosso povo.

A Democracia é feita e usada por seres humanos falíveis, imperfeitos. Suas instituições, se por algum milagre são as melhores possíveis, têm servidores talvez muito frágeis.

O que importa é a motivação e a determinação  contínua e algo absolutamente necessário: bom caráter com boa educação.

Imagino que os bandidos detestam as pessoas de bons princípios. Elas atrapalham seus negócios. Que “gente chata” ...

A dimensão da cooptação depende da importância dos alvos. Pessoalmente já vivi prazeres imensos sempre pensando no que o nosso perfeito e depois governador ensinava, se oferecerem algo aceitem, na hora de decidir decidam certo. Roberto Requião sempre citava Sidônio Muralha (colaboradores da Wikipédia).: sabendo o que enfrentaríamos no serviço público.

Vale reproduzir parte da mensagem de Sidônio Muralha:

Parar. Parar não paro.
Esquecer. Esquecer não esqueço.
Se caráter custa caro
pago o preço.

...

Sidónio Muralha

O Dr. Sérgio Moro, pessoa que admiro irrestritamente, repetiu inúmeras vezes, fazer a coisa certa sempre. Ou seja, estaríamos em novos tempos se as ações surpreendentes de alguns políticos não tivessem promovido o retrocesso que presenciamos.

Tive sempre por princípio de que uma pessoa realmente amiga não lhe pedirá ato desonesto. Essa convicção só se reforçou com o tempo. A desonestidade é típica dos hipócritas. Ou seja, a amizade exige honestidade em todos os sentidos e amigos leais a bons princípios.

Algo extremamente desagradável é a percepção de caímos em alguma armadilha, que a desonestidade aparentemente é sua quando alguém de máxima confiança lhe pede algo jurando seriedade e adiante descobrimos falhas lamentáveis.

Quem tem muito poder é solitário, um eremita. Precisa decidir e sabe que nem com o espelho será capaz de falar, as paredes têm ouvidos.

Grandes decisões afetam muita gente, normalmente amigos e inimigos.

Nesse sentido a mídia é cruel pois sempre estará com a liberdade de imaginar e divulgar a pior hipótese. Honestidade não dá ibope.

No Brasil que não foi criado por puritanos a lógica perversa impera. A corrupção até a poucos anos era pública e notória. Os piores compradores de consciências não faziam mistério de suas estratégias.

Ao contrário, chegamos a ouvir de um amigo que “Deus dá asas para quem não sabe voar” ...

E agora?

Que tipo de desonestidade é pior? Podemos aceitar desvios de conduta?

O que é crime absoluto? Quem deve estar no banco dos réus?

Como enfrentar criminosos poderosos?

Vemos com perplexidade o desmonte de um esforço que começou com o Mensalão e culminava com a Lava Jato.  Lamentavelmente os mentores da Lava Jato erraram em formalidades e os crimes e criminosos que todo brasileiro atento sabia que existiam ficarão, provavelmente, impunes.

Obviamente ninguém é perfeito. Ninguém é tão bom quanto desejaríamos que fosse nem tão ruim quanto imaginamos.

Qualquer cidadão pode se corrigir e o fará se a dimensão de suas boas ações exigirem .

Desinteligência é inibir soluções pela radicalização de conceitos.

A Democracia exige compreensão das variações de seus líderes.

Grandes pessoas cometem grandes erros e grandes acertos e as pequenas costumam apenas errar numa pequena dimensão e fazer pequenas coisas.

Que erros seriam toleráveis?

É função dos legisladores definir limites e do Poder Judiciário julgar.

A imperfeição do Estado e de suas leis é uma realidade inegável.
Diante de tudo isso a Justiça deve ser pragmática? Idealista? Formalista?

Em processos revolucionários a Justiça é sumária, poderia ser diferente?

O Brasil lutava contra a corrupção, o crime organizado, a hipocrisia e o deboche de suas leis.

E agora?

Que esperança teremos?

 

Bibliografia

colaboradores da Wikipédia. (s.d.). Sidónio Muralha. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sid%C3%B3nio_Muralha

 

 



[1] Os janízaros ou janíçaro (do turco Yeniçeri, ou "Nova Força") constituíram a elite do exército dos sultões otomanos. A força, criada pelo sultão Murade I, cerca de 1365, era constituída de crianças cristãs capturadas em batalha, levadas como escravas e convertidas ao Islã.

Seu código de conduta era rigoroso e obrigava:...

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jan%C3%ADzaro#:~:text=Os%20jan%C3%ADzaros%20ou%20jan%C3%AD%C3%A7aro%20(do,escravas%20e%20convertidas%20ao%20Isl%C3%A3.

 

 


a importância de dizer sim ou não


Sim e Não

Diante de propostas indecorosas sempre teremos duas respostas possíveis e definitivas, se sustentadas. Sim ou não pode ser indelicado, mas evita espaços e dúvidas impertinentes.

O caráter de uma pessoa se revela nesses instantes e se for forte e capaz de sentir pressões mais ainda.

É muito triste receber visitas de amigos e amigas sugerindo ações desonestas.

Na vida pública isso é essencial à imagem que se criará.

Talvez no passado a ocultação de caráter fosse possível. Hoje a privacidade não é segredo para quem domina a tecnologia da informação e dispõe de sistemas de vigilância.

Não é à toa que governantes desejam, querem, lutam por informações confidenciais.

Políticos maquiavélicos são especialistas e processos de chantagem e troca de favores.

No Poder Judiciário e seus órgãos de apoio a privacidade é essencial para a vigilância do respeito às leis.

É típico das ditaduras a vigilância e qualquer cidadão ou cidadã inconveniente. Os ditadores em democracias relativas ou ditaduras explícitas usam e abusam dos serviços de inteligência e espionagem.

Sendo sistemas democráticos reais a liberdade de expressão é a grande arma contra o arbítrio.

Campanhas eleitorais, contudo, dependem de mídia, de marqueteiros, de discursos que poderão ser falsos.

A divisão entre os 3 poderes típicos de qualquer república sadia é fundamental, mas fragilizada por processos de nomeações políticas principalmente no Poder Judiciário e Ministérios Públicos.

A necessidade de evoluir, de aprimoramento da Democracia depende dos ensinamentos dos mais velhos, bons mestres, jornalismo independente, bons escritores, ensinamentos lúcidos.

Os mais velhos sentem-se, talvez, culpados pelos erros que deixam. Se esse é o sentimento não deverão se omitir. Enquanto restar lucidez suficiente deverão agir.

Um exemplo fabuloso, antológico, foi dado pelos gênios da Humanidade, muitos deles chegando ao sinal da vida aparentemente impossibilitados de qualquer trabalho. Talvez o mais recente e um dos maiores da Humanidade, Stephen William Hawking (Wikipédia) foi um exemplo magnífico, morreu com 76 anos completamente travado e trabalhando[1].

Com esse exemplo devemos reafirmar que não existem limitações invencíveis.

Tudo o que nos afeta é nossa responsabilidade na dimensão de nossos conhecimentos e capacidade intelectual.



[1] Hawking era portador de esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença neurodegenerativa que paralisa progressivamente os músculos do corpo, mas que mais frequentemente não afeta as funções cognitivas. A ELA ainda não possui cura. A doença foi detectada quando tinha 21 anos. Em 1985 Hawking teve que submeter-se a uma traqueostomia após ter contraído pneumonia visitando o CERN na Suíça e, desde então, utilizava um sintetizador de voz para se comunicar. Gradualmente, foi perdendo o movimento dos braços e pernas, assim como do resto da musculatura voluntária, incluindo a força para manter a cabeça erguida, de modo que sua mobilidade era praticamente nula. Em 2005 Hawking usava os músculos da bochecha para controlar o sintetizador, e em 2009 já não podia mais controlar a cadeira de rodas elétrica. Desde então outros grupos de cientistas estudaram formas de evitar que Hawking sofresse de síndrome do encarceramento, cogitando traduzir os pensamentos ou expressões de Hawking em fala. A versão mais recente, desenvolvida pela Intel e cedida a Hawking em 2013, rastreava o movimento dos olhos do cientista para gerar palavras, embora o cientista tenha afirmado em seu site oficial que preferia usar o "cheek tracking" (rastreamento da bochecha) para utilizar a interface ACAT (Sistema desenvolvido pela Intel). "No entanto, embora eles funcionem bem para outras pessoas, eu ainda acho que o interruptor na minha bochecha é mais fácil e menos cansativo de usar".Wikipédia 

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