A literatura em torno do “ser político” e do próprio “ser
humano” é enorme e se enriquece nesses tempos de maior facilidade de
comunicação. A história da Humanidade é uma sequência de relatos e situações de
comando que podem muito bem serem ilustradas pela pirâmide de Maslow (Hierarquia de necessidades de Maslow, 2012) .
Alguns autores são pessimistas, destacando-se (Nietzsche) entre outros que
procuraram mostrar, como é caso de [ (Foucault, História da Loucura,
1972) ,
(Foucault, Vigiar e Punir) ] as limitações de
compreensão que qualquer criança até sua idade mais avançada terá da dinâmica
da sociedade. Os exemplos apresentados assustam. Para isso melhor do que
agredir é pensar mais antes de agir...
Bondade ou maldade, o livro (O Cemitério de Praga, 2011) dá uma visão tétrica
do século 19, isso após milhões de anos de evolução ou regressão. O fanatismo
pode gerar algo como pudemos sentir de forma dramática no livro (La Commune de Paris racontée par les Parisiens ,
2009) ,
um dos mais impressionantes que já tivemos a oportunidade ler.
Com certeza as tragédias dos séculos 20 tinham base para
acontecer e ninguém melhor do Eric Hobsbawm para descrevê-las com a visão do
historiador e a hiperinteligência de Hannah Arendt ao explicá-las.
No Brasil temos situações que outros países mais
desenvolvidos superaram ou simplesmente compensaram com extraordinária riqueza
(EUA) e poder.
Precisamos, contudo, como qualquer povo que deseja se
respeitar, evoluir. Isso só acontecerá se tivermos uma visão crítica de nossas
instituições e lideranças, elas próprias vítimas de suas leis.
A entrevista (“Renan não é corrupto porque é mau”, 2013) diz, acima de tudo,
que nosso pacto federativo está equivocado, viabilizando uma tremenda
concentração de poder em Brasília, onde todos os governantes em nível inferior
precisam estender os braços para conseguir algum grande projeto. Todo esse
calvário que cresce do vereador à Presidência desmoraliza qualquer pessoa de
boa vontade.
Não temos também disciplina técnica, metodológica. Cada eleito
sonha mudar tudo e abandona quanto pode o que existir.
Nosso povo carece de educação. É inclusive estimulado a
gerar filhos sem limitações, afinal nossas empresas precisam de mão de obra
barata.
Eleições?
A utopia da democracia nos moldes brasileiros renova
condições de renegociação de acordos impublicáveis.
Assim, carentes de boas escolas, mestres bem preparados,
bibliotecas, ambientes culturais adequados, ao nosso povo é dado não um
coliseu, mas dezenas de arenas para se distrair. O Brasil é um país
naturalmente rico e capaz de tolerar muita coisa, assim a oferta de brioches
não irrita, até por que não espera mais que carnaval, futebol, praias e
esquemas para sobreviver. Evidentemente isso não se aplica à maioria dos
brasileiros, mas quando vemos o sucesso de programas tipo BBB devemos com
certeza pensar melhor sobre o que nós somos.
Na Europa e Ásia em pleno século 20 guerras absurdas foram
criadas por nações consideradas desenvolvidas.
Fica, pois, a dúvida. Nietsche, Maquiavel e outros da linha
deles estavam certos?
Cascaes
5.2.2013
Hierarquia de necessidades de Maslow. (5 de 6 de 2012). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia
livre.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow
AL’HANATI, Y. (3 de 2 de 2013). “Renan não é corrupto
porque é mau”. Gazeta do Povo.
Eco, U. (2011). O Cemitério de Praga. São
Paulo: Editora Record.
Foucault, M. (1972). História da Loucura. (J.
T. Neto, Trad.) São Paulo: Pespectiva.
Foucault, M. (s.d.). Vigiar e Punir. Vozes.
Lecaillon, J.-F. (2009). La Commune de Paris
racontée par les Parisiens . Paris: Bernard Giovanangeli Éditeur.
Nietzsche, F. (s.d.). Humano, Demasiado Humano
(2 ed.). (A. C. Braga, Trad.) escala.
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