terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A corrupção e o ser humano, e no Brasil?



A literatura em torno do “ser político” e do próprio “ser humano” é enorme e se enriquece nesses tempos de maior facilidade de comunicação. A história da Humanidade é uma sequência de relatos e situações de comando que podem muito bem serem ilustradas pela pirâmide de Maslow (Hierarquia de necessidades de Maslow, 2012).
Alguns autores são pessimistas, destacando-se (Nietzsche) entre outros que procuraram mostrar, como é caso de [ (Foucault, História da Loucura, 1972), (Foucault, Vigiar e Punir)] as limitações de compreensão que qualquer criança até sua idade mais avançada terá da dinâmica da sociedade. Os exemplos apresentados assustam. Para isso melhor do que agredir é pensar mais antes de agir...
Bondade ou maldade, o livro (O Cemitério de Praga, 2011) dá uma visão tétrica do século 19, isso após milhões de anos de evolução ou regressão. O fanatismo pode gerar algo como pudemos sentir de forma dramática no livro (La Commune de Paris racontée par les Parisiens , 2009), um dos mais impressionantes que já tivemos a oportunidade ler.
Com certeza as tragédias dos séculos 20 tinham base para acontecer e ninguém melhor do Eric Hobsbawm para descrevê-las com a visão do historiador e a hiperinteligência de Hannah Arendt ao explicá-las.
No Brasil temos situações que outros países mais desenvolvidos superaram ou simplesmente compensaram com extraordinária riqueza (EUA) e poder.
Precisamos, contudo, como qualquer povo que deseja se respeitar, evoluir. Isso só acontecerá se tivermos uma visão crítica de nossas instituições e lideranças, elas próprias vítimas de suas leis.
A entrevista (“Renan não é corrupto porque é mau”, 2013) diz, acima de tudo, que nosso pacto federativo está equivocado, viabilizando uma tremenda concentração de poder em Brasília, onde todos os governantes em nível inferior precisam estender os braços para conseguir algum grande projeto. Todo esse calvário que cresce do vereador à Presidência desmoraliza qualquer pessoa de boa vontade.
Não temos também disciplina técnica, metodológica. Cada eleito sonha mudar tudo e abandona quanto pode o que existir.
Nosso povo carece de educação. É inclusive estimulado a gerar filhos sem limitações, afinal nossas empresas precisam de mão de obra barata.
Eleições?
A utopia da democracia nos moldes brasileiros renova condições de renegociação de acordos impublicáveis.
Assim, carentes de boas escolas, mestres bem preparados, bibliotecas, ambientes culturais adequados, ao nosso povo é dado não um coliseu, mas dezenas de arenas para se distrair. O Brasil é um país naturalmente rico e capaz de tolerar muita coisa, assim a oferta de brioches não irrita, até por que não espera mais que carnaval, futebol, praias e esquemas para sobreviver. Evidentemente isso não se aplica à maioria dos brasileiros, mas quando vemos o sucesso de programas tipo BBB devemos com certeza pensar melhor sobre o que nós somos.
Na Europa e Ásia em pleno século 20 guerras absurdas foram criadas por nações consideradas desenvolvidas.
Fica, pois, a dúvida. Nietsche, Maquiavel e outros da linha deles estavam certos?
Cascaes
5.2.2013

Hierarquia de necessidades de Maslow. (5 de 6 de 2012). Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hierarquia_de_necessidades_de_Maslow
AL’HANATI, Y. (3 de 2 de 2013). “Renan não é corrupto porque é mau”. Gazeta do Povo.
Eco, U. (2011). O Cemitério de Praga. São Paulo: Editora Record.
Foucault, M. (1972). História da Loucura. (J. T. Neto, Trad.) São Paulo: Pespectiva.
Foucault, M. (s.d.). Vigiar e Punir. Vozes.
Lecaillon, J.-F. (2009). La Commune de Paris racontée par les Parisiens . Paris: Bernard Giovanangeli Éditeur.
Nietzsche, F. (s.d.). Humano, Demasiado Humano (2 ed.). (A. C. Braga, Trad.) escala.



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