Desastres e prevenção na política
Estamos passando pelo momento das maldades máximas, tempo de
castigo pelo crime de acreditar num processo político mal feito que produz efeitos
extremamente deletérios ao nosso povo.
Todas as nações mais desenvolvidas que a nossa tiveram essa
experiência e se hoje são melhores é porque alguns eventos políticos (guerras, revoluções,
lideranças extraordinárias etc.) aconteceram. É importante lembrar, contudo,
que isso aconteceu há algumas décadas ou um ou dois séculos passados. O ideal é
corrigir nossos erros sem maldades que todos abem como iniciam, mas ninguém
pode afirmar qual é a conclusão desses períodos revolucionários e guerreiros.
O Brasil e os brasileiros precisam evoluir, de que jeito?
Somos o resultado de estratégias políticas utópicas e mal
sucedidas. Só recentemente a educação e escolarização universal (entre nós)
começou a existir (pelo menos no papel).
Se alguém duvida deveria prestar mais atenção a crianças,
jovens e adultos catando lixo pelas cidades, Curitiba é um exemplo eloquente. De
onde essa gente veio? Por quê? Por que não quiseram ficar onde estavam e
preferem morar em casebres e catar lixo? Como eram tratadas em seus locais de
origem? Temos uma estratégia e política de desenvolvimento integral de nosso
povo? ela é prioritária, prioridade número 1?
Passamos esses últimos anos vendo a mídia fortíssima a favor
da Copa do Mundo, valia tudo, perdemos de 7 a 1. Quem faturou com essa loucura?
Era prioridade?
A grande corrupção era novidade? Ninguém via as denúncias
via redes sociais e boas reportagens? Tudo o que a Operação Lava Jato demonstra
era alertado pelos órgãos de fiscalização formais, quanto mais por aqueles que
conheciam os meandros do Poder.
E as eleições, um ministro de um tribunal da malfada União
travou a reforma política, pode?
Os brasileiros votaram, em quem? Naqueles que os grandes
partidos políticos escolheram (ou eles se nomearam em seus currais?).
Precisamos rever tudo.
Qualquer teorema se
conclui após hipóteses e esforços de demonstração. Nada mais eloquente do que o
cenário urbano e a situação tecnológica e econômica do Brasil para demonstrar
que continuamos errando, onde? Acreditando em urnas eletrônicas? Aceitando a
centralização absurda de poderes na União? Aceitando passivamente tudo o que
acontece?
Evidentemente esse artigo é a opinião de um engenheiro, um
profissional, contudo, que gastou grande parte de sua vida procurando entender
amigos e amigas, companheiros, parceiros, colegas, empresas etc.
O desabafo é justo e necessário para poder morrer em paz.
E os eleitos?
Nossos governantes devem estar assustados com suas ousadias,
mal aparecem nas emissoras de televisão e rádio para debater e explicar seus
mandatos. Com raras e belas exceções não vemos ninguém mostrando a cara. Podemos
até entender, o verão é forte, o Brasil tem praias fantásticas e outros lugares
belíssimos e mais discretos, para quê se incomodar com o povo?
Deixa a peãosada bater boca e mostrar serviço (a favor dos seus chefes explícitos e ocultos).
Existindo serenidade e boa vontade nossos políticos poderão
evitar atos extremos começando 2015 retomando de imediato a reforma política e
sendo mais realistas. Os resultados dessas décadas de democracia Frankenstein
que mais produziu leis, decretos, impostos, taxas, multas, regulamentos, estatutos
etc. do que resultados exigem ações emergenciais e reformas políticas inteligentes.
A prateleira de modelos está à disposição de todos, não precisamos inventar a
roda.
Queremos ver todos de mãos dadas a favor de um Brasil e, principalmente,
um povo melhor, mais saudável, sensato, escolarizado, sem pagar proteção direta
e indireta a bandidos e vendo nossa gente trabalhando em atividades mais
saudáveis do que sair com a família arrastando carrinhos e recolhendo lixo que
muitos catadores guardam em suas casinhas e quintais (ou ruelas) para depois
vender por ninharias o que recolheram.
Cascaes
28.1.2015
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